O Itamaraty, em nota, manifestou “grave preocupação” com a escalada das tensões no Oriente Médio e recomendou aos cidadãos que não façam viagens para a região. Também fez uma um apelo à comunidade internacional para que trabalhe no sentido de evitar a ampliação das agressões.
“Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã”, diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
Na noite de sábado (13), drones e mísseis lançados contra Israel a partir de países vizinhos colocaram o país em alerta máximo. O regime iraniano assumiu a coordenação das ações, que seriam uma retaliação à suposta participação de Israel no bombardeio da Embaixada do Irã na Síria.
Tel Aviv usou seu sistema antimísseis conhecido como “Domo de Ferro” para interceptar a maioria dos drones. Ainda assim, há notícias de pessoas que ficaram feridas após serem atingidas por fragmentos dessas armas.
O regime iraniano informou que a resposta ao bombardeio da embaixada estaria encerrada e alertou Israel e Estados Unidos que eventuais retaliações serão respondidas de forma ainda mais veemente. Os israelenses definiram, no entanto, que haverá reação.
“O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada”, completou o Itamaraty.
No comunicado, o Itamaraty também desaconselha “viagens não essenciais à região” e afirma que “monitora a situação dos brasileiros” na zona, “em particular em Israel, Palestina e Líbano, desde outubro passado”.
Outras reações
Diversos líderes e entidades internacionais também lamentaram a ofensiva e pediram moderação. Os Estados Unidos prometeram “apoio inabalável” a Israel e reforçou que não procura entrar em conflito com o Irã, mas não hesitarão em agir para proteger as forças norte-americanas e apoiar a defesa de Israel”, informou o ministro da Defesa dos EUA, Lloyd Austin.
Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou veementemente “o ataque flagrante e injustificável” e apelou ao Irã e aos seus aliados para que cessem imediatamente estes ataques. “Todos os envolvidos devem agora abster-se de uma nova escalada e trabalhar para restaurar a estabilidade na região”, afirmou ela.
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia apelou por “moderação” após os ataques. “Pedimos a todas as partes envolvidas que demonstrem moderação. Contamos com os estados regionais para resolver os problemas existentes através de meios políticos e diplomáticos”, diz a nota.
Enquanto isso, a China expressou preocupação “com uma possível escalada após o ataque do Irã a Israel e pediu às partes que mantenham a calma e exerçam moderação”. O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, condenou também o ataque e o classificou como “imprudente”.