Declaração final da cúpula defende ampliação de assistência humanitária a civis e reitera compromisso com visão de solução de dois estados em conflito na Palestina.
A Declaração de Líderes que participaram do G20 cita “preocupação” com a situação na Palestina e no Líbano, dois estados afetados diretamente pelos conflitos no Oriente Médio. “Ao expressar nossa profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e a escalada no Líbano, enfatizamos a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária e reforçar a proteção de civis”, afirma o documento, divulgado na noite de segunda-feira (18) em nome de todos.
O documento cita, ainda, a criação de dois estados soberanos: Israel a Palestina. “Afirmando o direito palestino à autodeterminação, reiteramos nosso compromisso inabalável com a visão da solução de dois Estados, onde Israel e um Estado palestino vivem lado a lado, em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, consistentes com o direito internacional e resoluções relevantes da ONU”. Os líderes afirmam, ainda, que estão unidos em apoio a um cessar-fogo abrangente em Gaza e no Líbano para permitir que os civis retornem em segurança para suas casas.
O documento trata de outros assuntos: reafirma o G20 como principal fórum de cooperação econômica internacional, comenta a necessidade de existir vontade política para combater a fome, condena o terrorismo e se compromete em avançar na meta de um mundo livre de armas nucleares. Ainda nesta declaração e nos encontros realizados nesta terça-feira (19), o G20 discutiu também os desafios ao meio ambiente.
Lula cita COP29 no G20
Em seu discurso na 3ª Sessão da Reunião de Líderes do G20, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que é fundamental que as novas contribuições nacionalmente determinadas (NDCs) estejam alinhadas à meta de conter o aquecimento global em 1,5ºC em comparação a níveis pré-industriais e propôs que os países desenvolvidos integrantes do G20 antecipem sua neutralidade climática para 2040 ou 2045 em vez de em 2050, como previsto.
Lula lembrou que em Paris, em 2015, sabia-se que seriam necessários US$ 100 bilhões por ano para combater as mudanças climáticas, o que não foi cumprido “pelo mundo desenvolvido”. Hoje, enfatizou Lula, são necessários trilhões de dólares para conter o aquecimento global. Ele lembrou que, enquanto os líderes globais estão no G20, negociadores dos países participam da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP29), em Baku, no Azerbaijão, e lá negociam formas de se obter financiamento para implantar as medidas de contenção do aquecimento global.
“Esses trilhões existem, mas estão sendo desperdiçados em armamentos, enquanto o planeta agoniza. Não podemos adiar para Belém a tarefa de Baku. A COP30 será nossa última chance de evitar uma ruptura irreversível no sistema climático”, afirmou o presidente brasileiro sobre a próxima edição da COP, marcada para 2025 na capital do Pará.
Também nesta terça-feira, Lula transmitiu a presidência do G20 ao líder sul-africano Cyril Ramaphosa. O país irá sediar o encontro em 2025.
Fonte: ANBA