Normalmente a passagem entre os países é bloqueada à noite e reabre por volta das 7h
Notícias ao Minuto Brasil
A fronteira da Venezuela com o Brasil continua fechada, na manhã de hoje (22), primeiro dia após Nicolás Maduro ter determinado o encerramento da passagem entre os dois países por tempo indeterminado.
Normalmente a passagem é fechada à noite e reabre por volta das 7hdo dia seguinte, o que não ocorreu nesta manhã, segundo informações divulgadas pelo portal de notícias G1. Em Pacaraima, cidade que fica do lado brasileiro da fronteira, foi possível observar venezuelanos usando uma rota alternativa para entrar a pé no Brasil, ainda conforme o site.
Fontes ouvidas no local relataram que quem tentou entrar na Venezuela não conseguiu autorização de militares do país vizinho.
Nesta quinta-feira (21), Nicolás Maduro ordenou o encerramento das passagens, admitindo fazer o mesmo na fronteira com a Colômbia. “Decidi (que) no sul da Venezuela (…) a partir das 20h de hoje (…) fica encerrada total e absolutamente, até nova ordem, a fronteira terrestre com o Brasil”, anunciou Maduro, numa reunião com militares no forte Tiuna de Caracas, o maior quartel do país.
Horas depois, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, ordenou que se mantenha aberta a fronteira com o Brasil.
Por meio de “decreto presidencial”, divulgado na sua conta oficial do Twitter, Guaidó pede aos “órgãos do poder público responsáveis pelos assuntos em questão” que executem o necessário “para manter aberta a fronteira com o país irmão”.
A crise política na Venezuela agravou-se em janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro já provocou a morte de 40 pessoas, de acordo com organizações não-governamentais. A crise política soma-se a uma grave crise econômica e social, que levou mais de 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.