Esse já é o caso dos maiores de 18 anos que, desde o dia 1º de julho, devem apresentar o certificado de vacinação, um teste negativo de pelo menos 48 horas, ou uma prova de contaminação recente pela Covid-19, para participar de diversas atividades .
O passaporte sanitário deve ser apresentado em bares, discotecas, restaurantes, parques de diversões, zoológicos, clubes, academias, museus, transportes e nas piscinas francesas. Até agora, os adolescentes tinham escapado da restrição, já que as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna só foram autorizadas em junho. A nova regra leva em conta essa detalhe: os jovens de menos de 12 anos e 2 meses não serão submetidos à restrição.
Para aumentar a taxa de vacinação entre os jovens, o governo francês organizou campanhas de vacinação nas escolas e liceus no início do ano letivo, em setembro. Mas apenas 30 mil doses foram injetadas nesse contexto. “Há dificuldades para obter a autorização junto às famílias”, admitiu o Ministério da Saúde. Entre 12 e 15 anos, a autorização de apenas um dos pais é suficiente. Já os menores acima de 16 anos podem decidir sozinhos.
A vacinação obrigatória para os adolescentes é contestada por parte da população que se manifesta contra o passaporte sanitário. Isso levou o governo a fazer algumas concessões para os menores: contrariamente aos adultos, por exemplo, eles continuarão a ter direito ao reembolso dos testes PCRs após o dia 15 de outubro.
Risco baixo?
A imunização dos menores gera debate porque o risco de desenvolver uma forma grave é baixo nesta faixa etária. Mas, a vacinação dos mais jovens contribui para frear a propagação do vírus, explica o epidemiologista Antoine Flahault. As sequelas, mesmo em formas sintomáticas leves, também ainda são desconhecidas. A contaminação pela Covid-19 pode desencadear a Covid longa, uma síndrome sistêmica com múltiplas manifestações.
Em 23 de julho, o Conselho de Pediatria francês se mostrou favorável à vacinação dos adolescentes contra a Covid-19, levando em consideração a contagiosidade da variante Delta e a maior proporção de jovens infectados. Mais de 7,5 milhões de doses foram administradas nos Estados Unidos na faixa dos 12 aos 18 anos. Em relação à vacina para menores entre 5 e 11 anos, os pediatras franceses afirmam que a imunização só será possível dentro de “vários meses”, quando todos os estudos sobre a inocuidade dos produtos da Pfizer e da Moderna nessa faixa etária forem concluídos.
Paralelamente, a máscara não será mais necessária para os alunos nos quatro primeiros anos do ensino fundamental a partir desta segunda-feira (4) nas 47 regiões francesas pouco atingidas pela epidemia, que registra um forte recuo na França, com menos de 5.000 contaminações diárias em todo o território.
(AFP e RFI)