Súsan Faria
Foto: Eliane Loin
O Exército egípcio tem um milhão de homens, dos quais metade está na ativa e os demais na reserva. É, assim, o maior da África e do Oriente Médio e o 10º do mundo.
No dia 5 de outubro, comemorou-se, naquele país, o Dia das Forças Armadas e, em Brasília, a festa reuniu militares, o embaixador Alaa Roushdy, diplomatas dos países árabes e representantes do corpo diplomático. A comemoração – realizada no Clube do Exército – contou com apresentação de vídeo sobre a capacidade bélica e as ações dos soldados, seguido por um jantar com comidas típicas.
O embaixador, em seu discurso, disse que a data serve para que se lembre de todos os mártires do país, das Forças Armadas, que morreram pela nação, de todos aqueles que contribuíram para a vitória de Guerra de outubro. “Que Deus proteja o Egito e as suas forças armadas e os filhos dela”, pediu Alaa Roushdy.
O adido de defesa da Embaixada do Egito, coronel Hossan Shalaby lembrou que no 44º aniversário das forças egípcias se comemora as vitórias de outubro, que representam a determinação de libertar o país e restaurar o orgulho e dignidade do povo. “Recuperamos a terra ocupada e mostramos a força e a solidez das forças armadas egípcias, que são consideradas – por seus recursos humanos e materiais – um pilar dos poderes do Estado, o que coloca o Egito em posição de liderança no Oriente Médio”, disse.
Hossan Shalaby afirmou que o Egito proporcionou uma visão corajosa para a paz no Oriente Médio em termos de força, vitória e determinação de seus homens, tomando medidas firmes para por em prática seu papel principal: manutenção da segurança nacional no Egito e no mundo árabe. “Hoje estamos comemorando a vitória das forças armadas egípcias e a restauração total do controle do Sinai”, explicou. Contudo, segundo o coronel, ainda é constante a luta das forças armadas egípcias no combate ao terrorismo “que tenta distorcer todos os valores na tentativa de implantar um falso tom religioso, discordante com todas as religiões e valores humanos”.
O adido de defesa comentou que o Egito e o Brasil mantêm relações há mais de 90 anos e o que une os dois países está além de interesses mútuos, pois inclui cultura e contribuições entre os dois povos.
Antes da solenidade foi executado o Hino Nacional brasileiro e o egípcio. Entre os pratos servidos no jantar, pastas de berinjela e grão de bico, Kapssa (arroz com cordeiro), Fatuch (salada árabe, com molho especial) e os tradicionais Gatft (pasteizinhos doces).
História – No dia 6 de outubro de 1973, tropas egípcias, liderando uma coalização de tropas árabes, atacaram Israel. Em pleno feriado do Yom Kippur (feriado judeu com jejum e sinagogas cheias), estourava o quarto conflito armado do Oriente Médio, conhecido como “Guerra de Outubro”. O motivo principal da Guerra do Yom Kippur foi a anexação de territórios sírios e egípcios por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em julho de 1967. Esses territórios eram a Península do Sinai, uma parte do Canal de Suez, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golã.
O exército do Egito chegou a adentrar 15 quilômetros do território controlado por Israel na Península do Sinai. Os israelenses sofreram importantes baixas nos confrontos que ocorreram ao longo do Canal de Suez. Entretanto, a contraofensiva israelense deteve os egípcios e adentrou o território sírio, atingindo a capital do país, Damasco.O conflito terminou cerca de vinte dias depois de iniciado em virtude, principalmente, da intervenção dos Estados Unidos, ONU e União Soviética pela realização de um cessar-fogo.
Fonte: http://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/guerra-do-yom-kippur-e-a-crise-do-petroleo.htm