Súsan Faria
Fotos: Eliane Loin
Os trabalhos de arquitetura de Jože Plečnik marcaram significativamente as capitais europeias, como Ljubljana, Viena, Praga e Belgrado. Eles agora podem ser vistos em fotografias estampadas em 16 painéis, até dia 13 de outubro próximo, em Brasília.
Aexposição “A Liubliana de Plečnik “foi foi aberta quinta-feira, 28, no Salão de Exposições do Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal. Com a mostra, comemoram-se os 25 anos das relações diplomáticas entre a Eslovênia e o Brasil e o ano de Plečnik.
Na abertura da exposição, o embaixador Alain Brian Bergant disse que ele é o maior arquiteto esloveno de todos os tempos, tendo a mesma importância para a Eslovênia que Oscar Niemeyer possui para Brasília e o mundo.
O embaixador lembrou que a Eslovênia ficou independente em 25 de junho de 1991 e em dezembro do ano seguinte estabeleceu relações com o Brasil, um dos primeiros países a reconhecer a emancipação.
“Estabelecemos caminhos de sucesso. Temos orgulho de nossas conquistas. Somos um dos 10 países mais pacíficos e mais seguros do mundo, um parceiro estável e confiável, que respeita os Direitos Humanos. Defendemos uma União Europeia forte e unida”, explicou. Bergant também ressaltou que a Eslovênia é uma nação verde – com muito turismo – e esportiva e que há pouco seus atletas conquistaram o título de vencedores de basquete europeu em Istambul, na Turquia.
A arquiteta e curadora da mostra, DarjaKos Braga, eslovena radicada há 23 anos no Brasil, dos quais 17 anos em Brasília, explicou que as obras de Jože Plečnik em Liubliana foram erguidas entre 1920 a 1957, quando ele volta a morar em seu país, depois de 30 anos vivendo fora, tempo em que a Eslovênia foi ocupada pelo império austro-húngaro. Este mês, Darja fez palestras sobre a vida e a obra de Jože Plečnik no Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), Unieuro e Universidade Católica de Brasília. “Plečnik buscou uma identidade nacional em sua arquitetura. Suas diretrizes continuam sendo seguidas”, explicou. Segundo Darja, seis de suas obras de Jože Plečnik devem entrar na lista de obras do Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco.
Já a primeira dama do Distrito Federal, Márcia Rollemberg, destacou que a mostra faz parte do programa Brasília Cidadã, que visa, entre outros objetivos, à abertura dos espaços públicos para a população. “Este é um momento de intercâmbio e conhecimento. Essa é a intenção para que possamos potencializar esses saberes, as referências históricas e as boas práticas. A arquitetura faz das cidades uma grande tela, constrói de maneira plástica e bela a vida das pessoas, além de contribui para a qualidade de vida e estética”, disse.
Durante a abertura da exposição foi realizada homenagem póstuma a Antón Dorjak, esloveno que há 50 anos incentivou a construção da primeira escola pública de ensino fundamental em Duque de Caxias, subúrbio no Rio de Janeiro (RJ). Foi entregue um ramalhete a Maria Dorjak, viúva de Antón. Também foram executados os hinos nacionais do Brasil, da Eslovênia e União Europeia e servido um coquetel. Embaixadores, representantes do Corpo Diplomático e secretários de Governo do Distrito Federal estiveram presentes.
Jože Plečnik – o arquiteto esloveno nasceu há 145 anos e morreu há 60 anos.Independentemente dos estilos de arquitetura dos começos do século 20, ele desenvolveu o seu próprio estilo, atemporal, cheio de simbolismo e com soluções universais. Entre seus projetos arquitetônicos em Liubliana estão o Liceu das Ursulinas, um edifício com todas as salas de aulas voltadas para o sul e o jardim; e As três pontes, construção que preservou uma ponte antiga e construiu outras novas, com passarelas laterais e rara beleza.
No Cemitério de Zale, construído em 1940, o arquiteto propôs uma composição de capelas funerárias na entrada com duas asas e um arco de colunas que, simbolicamente, divide a cidade dos vivos da cidade dos mortos.
Já a Ponte dos Sapateiros é uma bela ponte de ferro fundido, enquanto no Porto de Tronovo, Jože Plečnik concebeu um parque, plantou árvores e mandou erguer bancos para contemplação, onde com elementos simples criou ambiente excepcional. Outra das construções em destaque do arquiteto é o Mercado Municipal da capital eslovena, onde projetou uma fileira de edifícios, erguido entre duas pontes.
Depois do Buriti, a exposição dos trabalhos de Plečnik segue para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), onde fica de 1° a 18 de novembro. De Brasília, vai para São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE).
Exposição A Liubliana de Plečnik – Visitação até 13 de outubro. De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, Salão Branco do Palácio do Buriti (Eixo Monumental). Entrada gratuita