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| Oda Paula Fernandes
A exposição ‘O Corpo Tântrico’ do artista belga Kristof Degrauwe, está aberta ao público e mostra o conceito dos “10 corpos” no Kundalini Yoga, em uma série de 16 fotografias que trazem consigo uma perspectiva física e energética diante da imensidão do cosmos. No coquetel de abertura na última quinta-feira (05.05), o artista recebeu o embaixador da Bélgica, Jozef Smets, amigos, empresários e estudantes.
Entusiasmado, o artista belga Kristof Degrauwe, fala das obras expostas, da relação, que nós ser humano temos com o universo. “A imagem consiste de duas fotos: uma que eu fiz, que é o corpo de uma pessoa com outra imagem, da NASA”, diz o artista. Na busca de entender a conexão entre o ser e o universo, Degrauwe retrata como é possível fazer essa ligação através de fotos e corpos tão antagônicos, porém, da mesma composição cósmica. “Eu estou buscando a relação entre duas imagens, a ideia de unir cada ser ao cosmo vem antes de eu fotografar”, comenta o artista.
Para Degrauwe, a expressão desse trabalho revela como as estrelas podem representar a alma humana, na mulher ainda grávida. “Mostrar que a galáxia é como o útero materno, que está em processo de criação, que recebe a força criativa do universo para criar um novo ser e mostrar como a alma entra na mulher. Cada ser tem dentro de si um universo, assim como vivemos num grande universo”, revela o artista belga.
O embaixador da Bélgica, Jozef Smets, que se declara apaixonado pela história das artes, prestigiou o evento e falou das impressões deixadas pelo artista nos quadros exibidos. “O resultado de um projeto que ele (Degrauwe) pensou há mais de um ano e trabalhou com muita delicadeza. Aqui no Brasil, em Brasília, tem uma grande abertura para esses assuntos de espiritualidade. Esse tipo de exposição, talvez não pudéssemos fazer em muitos outros países, mas aqui tem essa abertura para a arte contemporânea, e também para a espiritualidade. Ele tentou integrar as tradições da América Latina, da África e da Europa também. O melhor lugar para abrir esta exposição é o Brasil”, enfatiza Jozef Smets.
Na expansão do conceito dos ‘10 corpos’, Degrauwe também introduz ‘O Corpo Xamânico’, imaginando um dos pioneiros do movimento indígena, Álvaro Tukano, durante uma cerimônia, entre outros elementos, como o ciclo universal de nascimento e morte em ‘Nascimento de Uma Estrela’, ‘Estrela Negra’ e a ‘Mente Subconsciente’.
No Kundalini Yoga, fala-se muito sobre o corpo físico, sobre a mente (positivo, negativo e neutro) e também de corpos energéticos, como a aura, a linha de arca, o corpo prânico, o radiante, o subtil e a alma. Estes aspectos são exibidos por meio de referências na história da arte, como o estilo do pintor Caravaggio, no pictorialismo de Pierre & Gilles, o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci, entre outros.
Visitantes – Entre o público presente na abertura, estudantes foram conferir o resultado do trabalho do artista místico. Para a estudante de Relações Internacionais da Universidade Brasília (UnB), Larissa Alves da Silva, as obras de Degrauwe nos remetem à reflexão, como a imagem da caveira humana. “Ela chama muito a atenção. A caveira humana em primeiro plano ganha destaque, mas também se integra ao fundo com o universo e mostra essa relação de vida e morte do ser e do universo, que todos temos que enfrentar algum dia. Maravilhoso”, conta a estudante.
Outro aspecto representado são as imagens (e sons) de aglomerado de estrelas e galáxias. Disponíveis no banco de imagens da agência especial americana e acessíveis pela internet, ao serem colocadas em perspectiva com os corpos representados, revelam a insignificância humana a partir de um cosmos infinito e a presença do universo em ser.
Beatrice Irene Neal de Souza, estudante do curso de Relações Internacionais da UnB, também falou do impacto das fotos. “Gostei da imagem do índio. Relacionar uma coisa tão pequena como uma tribo indígena a uma coisa enorme, como é o universo, e ter como resultado algo que parecem ter a mesma estrutura, o mesmo significado e a mesma dimensão, impressiona. Acredito que assim como o universo, o ser humano é infinito, sempre descobrindo coisas novas e revivendo, num ciclo contínuo”, lembra Beatrice.
Economia da cultura- O fotógrafo, galerista e proprietário da Casa da Luz Vermelha, Kazuo Okubo, comenta sobre a dificuldade de manter, em especial em Brasília, um espaço para a fotografia de arte. “O mercado da arte da fotografia aqui em Brasília ainda é pouco movimentado. Os colecionadores, quando buscam por esse tipo de arte, preferem comprar em grandes galerias, como as do Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo”, lamenta Okubo.
Com esta exposição, Kazuo Okubo acredita na oportunidade de atrair mais público à galeria, de divulgar a novos colecionadores de fotografias de arte, novas opções. “Para ser colecionar basta ter dois. Então todos nós somos, em potencial, colecionadores”, acrescenta o galerista Kazuo Okubo.
Com entrada franca, a exposição Corpo Tântrico ficará aberta até o dia 17 de junho, na galeria Casa da Luz Vermelha, no Clube Asbac, de segunda a sexta-feira das 10h às 19h e aos Sábados e domingos das 12h às 16 horas.
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