Ana Cristina Dib
Em 2017, as exportações de couro do Brasil para a Rússia chegaram ao seu menor valor em cinco anos: apenas US$ 74 mil, o que representou menos de 0,004% do total remetido pelos brasileiros ao mercado externo. O ano de 2017 foi, também, o primeiro em que se realizou uma ação entre o projeto Brazilian Leather e o Escritório de Moscou da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil): uma missão com compradores russos de couro ao Brasil, para visitas técnicas e a uma feira do setor.
A ação foi repetida em 2018 e seus resultados já podem ser vistos, com o aumento em 756% das exportações de couro do Brasil para a Rússia nos oito primeiros meses do ano em comparação com todo o ano passado.
O projeto Brazilian Leather é uma iniciativa do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) e Apex-Brasil para o incentivo à participação do couro nacional no mercado internacional.
A análise do potencial e convite aos compradores foi realizada pelo Escritório de Moscou da Apex-Brasil e priorizou importadores de grandes indústrias de calçados, móveis e segmento automotivo da Rússia. Tanto em 2017, como em 2018, o grupo esteve no Brasil participando da feira Fimec, além de realizar rodadas de negócios e visitar in loco curtumes nacionais.
“Este foi um projeto que mostrou a importância da realização de ações contínuas, com prévia análise minuciosa sobre o potencial dos importadores e programação de uma agenda que tenha convergência com seus interesses”, destaca Rogério Cunha, da Inteligência Comercial do CICB. O apoio da base da Apex-Brasil na Rússia, enfatiza ele, foi determinante para a precisão do projeto.
Recentemente, outras iniciativas do gênero foram realizadas com o apoio do Brazilian Leather. Uma comitiva de importadores de couro da região de Haining esteve no Brasil participando de rodadas de negócios com curtumes brasileiros e visitas técnicas, com organização do Escritório de Pequim da Apex-Brasil. Semanas depois, em Xangai, nova rodada de negócios foi realizada entre indústrias brasileiras de couro e importadores chineses, também por meio do Escritório de Pequim da Apex-Brasil.