Comex do Brasil
Finalmente um respiro para os exportadores de calçados brasileiros. No mês de outubro, conforme dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), as exportações de calçados cresceram 11,2% em pares e 31% em receita em relação ao mês de setembro, chegando a 11 milhões de pares embarcados que geraram US$ 93,77 milhões – o melhor resultado financeiro do ano havia sido registrado em abril, com US$ 93 milhões.
Se comparado com o mês dez do ano passado, porém, o incremento é mais tímido, de 0,2% em receita, com queda de 5,5% no volume. Com isso, no acumulado de janeiro a outubro, os calçadistas embarcaram 89,8 milhões de pares, que geraram US$ 793,76 milhões, quedas tanto em volume (-10%) como em receita (-10,8%) na relação com igual ínterim de 2017.
O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, explica que a recuperação registrada em outubro passa pelo aumento dos embarques para os Estados Unidos, país que recuperou o posto entre os principais destinos do calçado brasileiro. “Provavelmente, e em proporção maior do que esperávamos, já podemos notar o reflexo da medida em vigor desde o dia 13 de outubro e que reduziu o imposto de importação de calçados para aquele país, alguns a zero”, avalia.
Em outubro, os Estados Unidos importaram 855,5 mil pares por US$ 17,84 milhões, incremento de 18,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Esperemos que a recuperação se mantenha nos próximos meses.
RS: maior exportador
Respondendo por mais de 42% do total gerado pelas exportações de calçados no Brasil, entre janeiro e outubro o Rio Grande do Sul embarcou 22,7 milhões de pares que geraram US$ 358 milhões, quedas tanto em volume (-3,4%) quanto em receita (-5%) no comparativo com igual período do ano passado.
O segundo exportador foi o Ceará, de onde partiram, nos dez meses, 32,3 milhões de pares por US$ 190,35 milhões, quedas de 12,7% e de 13,5%, respectivamente, em relação aos dez meses de 2017.
Também registrando quedas, de 7% em volume e de 8,7% em receita, São Paulo embarcou 6 milhões de pares por US$ 88,7 milhões entre janeiro e outubro de 2018.
Destinos
Assumindo o posto de principal destino do calçado brasileiro no exterior no acumulado dos dez meses de 2018, os Estados Unidos importaram 7,3 milhões de pares por US$ 126,6 milhões, quedas tanto em volume (-15,4%) quanto em receita (-17,7%) na relação com igual período do ano passado.
A Argentina, que desde o início do ano figurava como principal destino do produto nacional, recebeu 10,8 milhões de pares brasileiros, pelos quais foram pagos US$ 126 milhões, aumento de 6,6% em volume e queda de 2% em receita no comparativo com os dez meses correspondentes de 2017.
O terceiro posto seguiu com a França, para onde foram embarcados 5,8 milhões de pares que geraram US$ 46,5 milhões, incrementos de 28% e de 3,2%, respectivamente, na relação com os dez meses do ano passado.
Importações
Entre os meses de janeiro e outubro, as importações de calçados registraram incrementos de 14% em volume e de 1,8% em receita no comparativo com igual ínterim do ano passado. Nos dez meses, entraram no Brasil 23,75 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 304 milhões.
As principais origens seguiram sendo os países asiáticos. No período, o Vietnã exportou para o Brasil 10,68 milhões de pares por US$ 170,4 milhões, altas de 13% em volume e de 2,6% em receita no comparativo com mesmo período de 2017. O segundo maior importador foi a Indonésia, de onde partiram para o varejo brasileiro 3,44 milhões de pares por US$ 55,6 milhões, quedas de 2% em volume e de 4,2% em receita em relação a 2017. A China seguiu no terceiro posto, tendo exportado para o Brasil 7 milhões de pares por US$ 32 milhões, incrementos de 38,7% e de 17,7%, respectivamente, na relação com o ano passado.
Em partes de calçados – cabedais, palmilhas, solas, saltos etc – as importações chegaram a US$ 42,47 milhões, 22,5% mais do que no ano passado. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.