O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse em um comunicado que “observa com preocupação a tendência atual da RPC (República Popular da China) de intimidar seus vizinhos, incluindo Taiwan”, e exortou “Pequim a cessar suas pressões militares, diplomáticas e econômicas” contra a ilha. Taiwan se separou da China no final da guerra civil em 1949. Seus 23 milhões de habitantes vivem sob ameaça constante de uma invasão da China continental, cujos dirigentes consideram a ilha como parte de seu território.
Apesar de seus laços diplomáticos com Pequim, Washington é o maior apoio militar de Taipei. A China, que se opõe aos demais países que mantêm relações oficiais com Taiwan, tenta isolar a ilha no âmbito diplomático. O ex-presidente dos EUA Donald Trump reforçou os contatos com Taipei durante sua queda de braço diplomática e comercial com a China.
O gigante asiático mostrou seu desejo de trilhar um novo caminho nas relações bilaterais com o governo Biden. Na quinta-feira, Pequim pediu a Washington que “lide com os problemas relacionados com Taiwan de forma cautelosa e apropriada para evitar prejudicar as relações entre China e Estados Unidos”. Biden deve manter, no entanto, uma linha dura em relação a Pequim, já que a proteção de Taiwan conta com forte apoio entre democratas e republicanos nos Estados Unidos. No ano passado, a aviação chinesa 380 vezes na zona de defesa aérea de Taiwan, um recorde, e essa tendência parece continuar após a chegada ao poder do democrata Joe Biden.
De acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan, 13 aviões chineses, incluindo oito bombardeiros e cinco caças, penetraram sua zona de defesa aérea no sábado. O jornal americano The New York Times informou que a China também enviou 15 aviões, incluindo 12 caças, para esta zona neste domingo. O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan agradeceu aos Estados Unidos por seu apoio, “apesar das pressões atuais de Pequim”.
Em um sinal da manutenção desse apoio, a representante de Taiwan nos Estados Unidos foi oficialmente convidada para a cerimônia de posse de Biden, pela primeira vez desde que Washington decidiu, em 1979, reconhecer a autoridade de Pequim. A Chancelaria de Taiwan disse que foi a primeira vez, em décadas, que o comitê organizador da cerimônia de posse “convidou formalmente” um enviado taiwanês.