O Brasil tentou ser incluído na lista de países que são exceção à medida, mas as negociações não prosperaram. Restrições entraram em vigor nesta sexta-feira (1º).
Yvna Sousa, TV Globo
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e o das Relações Exteriores informaram em nota nesta sexta-feira (1º) que o governo dos Estados Unidos oficializou as cotas e sobretaxas impostas às importações de aço e alumínio brasileiros. As restrições entraram em vigor nesta sexta-feira (1º).
Em março, o presidente americano, Donald Trump, anunciou as restrições às importações de aço e alumínio de diversos países. A medida, segundo Trump, busca preservar as indústrias de siderurgia e de alumínio dos EUA, que estariam sofrendo concorrência desleal.
O governo brasileiro tentou ser incluído na lista de países que são exceção à medida, mas as negociações não prosperaram.
Na nota divulgada nesta sexta, os ministérios informaram que as exportações brasileiras de aço estarão limitadas a cotas máximas, estipuladas a partir da média do volume exportado nos últimos três anos (2015 a 2017).
O limite de exportação de aço semiacabado (como blocos e placas) aos EUA equivalerá a 100% dessa média. Para os produtos acabados (aços longos, planos, inoxidáveis e tubos), será de 70% desse montante.
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços não soube informar qual é a média das exportações desses produtos entre 2015 e 2017. Explicou ainda que esse montante será estipulado pelo governo americano, segundo suas estatísticas.
No ano passado, de acordo com o ministério, a exportação aço acabado para os EUA foi de 543 mil toneladas e a de aço semiacabado, 3,5 milhões de toneladas. O ministério informou ainda que os Estados Unidos vão impor uma sobretaxa de 10% à importação do alumínio brasileiro, isto é, acima das tarifas de importação atualmente em vigor.
Na nota, os dois ministérios reiteram posição contrária à adoção das medidas restritivas à importação brasileira.
“Conforme indicado nas notas anteriores sobre o assunto, o governo brasileiro considera que a aplicação das restrições sobre as exportações brasileiras não se justifica e segue aberto a construir soluções que melhor atendam às expectativas e necessidades de ambos os setores de aço e alumínio no Brasil e nos Estados Unidos, reservando seus direitos no âmbito bilateral e multilateral”, diz o texto.