Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia e dos Estados Unidos concordaram reunir-se na próxima semana à margem da cimeira do Conselho do Ártico, na sequência de uma conversa por telefone realizada hoje, anunciou o Kremlin.
“Sergei Lavrov e Antony Blinken concordaram realizar uma reunião separada, paralela a esta sessão [do Conselho do Ártico] para discutir questões-chave das relações bilaterais e da agenda internacional”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em comunicado. A reunião ministerial do Conselho Ártico acontecerá no dia 20 de maio.
Durante a conversa telefónica de hoje, os dois governantes falaram sobre a Coreia do Norte, o programa nuclear do Irão e sobre “estabilidade estratégica”, adiantou o Kremlin. O Departamento de Estado dos EUA confirmou que a reunião se irá realizar “na próxima semana” e afirmou que os dois ministros levantaram “a possibilidade de cooperação durante a presidência russa do Conselho do Ártico”, que substituirá a presidência islandesa.
Antony Blinken “reafirmou a determinação” do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, “em proteger os cidadãos norte-americanos e agir decisivamente para defender os interesses americanos em relação a atos russos que prejudiquem o país ou os seus aliados”, pedindo especificamente à Rússia que liberte Paul Whelan e Trevor Reed, dois cidadãos norte-americanos que Washington considera injustamente detidos por Moscou.
As relações entre os Estados Unidos e a Rússia têm vindo a deteriorar-se nos últimos anos, com Washington a acusar a Rússia de interferência nas eleições, espionagem e ataques cibernéticos. Em abril, a Administração Biden ordenou novas sanções contra entidades ligadas à Rússia, além da expulsão de 10 diplomatas e a proibição aos bancos norte-americanos de comprarem diretamente títulos russos.
Moscou retaliou, expulsando 10 diplomatas norte-americanos, banindo altos funcionários do seu território e proibindo representações norte-americanas de empregar estrangeiros. Apesar dessas trocas de medidas punitivas, as duas capitais têm vindo a discutir uma possível cimeira entre os presidentes Joe Biden e Vladimir Putin, a realizar em junho num país terceiro.