Com quatro milhões de habitantes, país tem o maior número de infecções por covid-19 na América Central, com 82.000 infectados e 1.767 mortos
Os Estados Unidos entregaram 50 ventiladores mecânicos para pacientes com coronavírus no Panamá nesta segunda-feira (17/8), durante uma visita oficial do assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump, Robert O’Brien, que coincide com o interesse do governo panamenho em trazer médicos cubanos para conter a pandemia.
“Hoje, em nome do presidente Trump, estou orgulhoso de doar esses 50 ventiladores feitos nos EUA, bem como outros recursos médicos, ao governo do Panamá para apoiar a gestão da COVID-19”, disse O’Brien em um breve discurso na sede da chancelaria.
“Essas doações se somam aos mais de quatro milhões de dólares que destinamos ao Panamá em assistência humanitária e sanitária” para combater o novo coronavírus, acrescentou o funcionário.
Washington também entregou 6.600 kits de teste e outros suprimentos ao Panamá, de acordo com um comunicado da embaixada dos Estados Unidos no istmo.
Durante sua visita, que foi fechada à imprensa, O’Brien se reuniu com o presidente Laurentino Cortizo para discutir a ajuda de Washington na luta contra a COVID-19 no Panamá, bem como o fortalecimento da cooperação em segurança e a luta contra a lavagem de ativos e o financiamento do terrorismo, segundo fontes oficiais.
Infecções no Panamá – O Panamá, com quatro milhões de habitantes, tem o maior número de infecções por COVID-19 na América Central, com 82.000 infectados e 1.767 mortos. O país passou de cerca de 200 infecções diárias para mais de 1.200 nas últimas semanas, após a reabertura de vários setores econômicos.
O cenário obrigou a readequar hospitais e a buscar novas instalações, como centros de convenções, em um sistema público de saúde com grandes deficiências, listas de espera intermináveis e médicos exaustos pela pandemia.
Médicos cubanos – A visita de O’Brien ocorre em um momento em que o governo Cortizo cogita levar médicos cubanos ao país, apesar de os estrangeiros não poderem exercer a medicina no Panamá. “Estamos tentando chegar a um acordo com os médicos cubanos para que possamos fortalecer e apoiar nossos profissionais de saúde”, disse Cortizo na semana passada.
Washington, que considera a venda de serviços médicos cubanos um “padrão governamental” de “trabalho forçado” que serve de propaganda para o governo comunista da ilha, expressou suas “preocupações” ao governo panamenho, disse recentemente o diretor americano do Conselho de Segurança Nacional para o Hemisfério Ocidental, Mauricio Claver-Carone.
“Defendemos com o Panamá e com todos os países do mundo que os direitos dos médicos sejam respeitados e que não possam ser usados como reféns do regime cubano”, disse Claver-Carone, integrante da delegação que acompanha O ‘ Brien.