Na última semana, o Brasil passou das 150 mil mortes por coronavírus e dos 5 milhões de casos. Apesar dos números altos, a média móvel de mortes por Covid-19 ficou abaixo de 600 pela primeira vez desde maio, segundo o consórcio de veículos de imprensa.
Para Michael Ryan, diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), a estabilização é importante, mas muitas pessoas ainda estão sendo contaminadas no Brasil e número abaixo da média não significa segurança. O fato dos números estarem diminuindo não significa que eles não subam novamente.
O chefe de emergências lembrou ainda que o Brasil é um país muito grande e explicou que os registros nacionais podem estar em queda, mas que em determinadas áreas a contaminação pode estar aumentando.
“Como vimos nos últimos meses, o número de casos reduzido não significa que o surto não vai voltar. Precisamos continuar vigilantes. O Brasil é um país grande e precisamos ter atenção aos lugares onde os números ainda seguem em alta” – Michael Ryan.
A líder técnica da OMS, Maria van Kerkhove, reforçou que os países devem continuar com as medidas contra o novo coronavírus. “Estamos vendo o ressurgimento da Covid-19 nos países europeus, por exemplo”.
O mundo bateu recorde de casos diários de coronavírus em outubro. Segundo a OMS, o aumento no número é puxado por um novo surto na Europa.
Imunidade coletiva não é opção
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que “não é uma opção” deixar o novo coronavírus circular livremente para que a população adquira imunidade de rebanho, como alguns sugeriram.
“A imunidade coletiva é um conceito usado para vacinação, no qual uma população pode ser protegida de um determinado vírus se um limite de vacinação for atingido” – Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Ele lembrou que nunca na história da saúde pública essa imunidade coletiva foi usada como estratégia para responder a um surto de doenças, muito menos a uma pandemia. “Isso é científica e eticamente problemático”, ressaltou.A pandemia do novo coronavírus causou mais de um milhão de mortes no mundo desde que o escritório da OMS na China registrou o aparecimento da doença no final de dezembro.