Súsan Faria/ Liz Elaine Lôbo
No dia 10 de agosto de 1809, houve a primeira iniciativa do povo equatoriano de ser independente, quando os quitenhos; moradores de Quito; revoltaram-se contra o domínio colonial. Aproveitaram a invasão da Espanha por Napoleão Bonaparte e iniciaram o movimento pela independência e autonomia do país, criando a primeira junta governamental. Desde então, os equatorianos comemoram sua data nacional nesse dia.
Em Brasília, onde vivem 200 cidadãos do Equador, as festividades foram antecipadas para hoje, 5 de agosto, na sede embaixada do país, para convidados, especialmente representantes do Corpo Diplomático. Eles puderam, durante o evento, assistir a um desfile de trajes típicos e saborear pratos equatorianos.
“Quando penso no primeiro grito, penso na importância que tem a nossa voz na conquista da independência, para mudar o status quo e escolher o caminho que queremos seguir”, discursou a encarregada de Negócios da Embaixada, Suzana Mercedes Fuentes Vidal que, atualmente, está à frente da sede diplomática até a chegada do novo embaixador. Segundo ela, um grito com poder incrível para modificar uma realidade de submissão e proclamar a independência da coroa espanhola.
Para a diplomata, essa data cívica é importante para o Equador porque faz sua população lembrar do valor da liberdade e da auto-determinação dos povos, valores pelos quais, segundo Sazana Vidal , homens e mulheres valentes executaram um ato revolucionário citando Juán Pio Montúfar, Manuela Cañizares, Juan de Dios Morales entre outros.
“Nesta manhã, posso também visualizar pessoas de coragem, valor, que amam a liberdade, a justiça e a verdade, que não se rendem diante das adversidades, se esforçam para fazer do Equador um país da dignidade, do trabalho, de alegria e irmandade”, finalizou a diplomata agradecendo a presença dos convidados.
Dias antes da festa do Primeiro Grito de Independência, a encarregada de negócios falou sobre o país em entrevista exclusiva à Revista Embassy Brasília. Segundo Sazana Vidal, o Equador passou por muitas mudanças desde o governo do economista Rafael Correa, em 2007, que recuperou a imagem e o orgulho dos equatorianos. “Houve uma revolução educativa e social. Passou-se a ter segurança e estabilidade política, seguidas pelo atual presidente Lenin Moreno”, explicou.
A diplomata ressalta as belezas do país, com muitas praias tranquilas, ilhas paradisíacas como Galápagos, balneários, montanhas, bosques e cidades turísticas como Quito, Cuenca e Guaiaquil. A nova constituição do Equador, de 2008, é a primeira no mundo a reconhecer legalmente os direitos da natureza e dos ecossistemas.
Segundo a encarregada de Negócios, o país exporta petróleo, peixes, especialmente atum e camarões. É forte na produção de bananas e flores. Tem interesse em exportar principalmente camarões para o Brasil, área que possui, além de bom produto, profissionais altamente qualificados. Suzana Mercedes destaca outra referência do país, dessa vez na música; o cantor Julio Jaramillo que imortalizou a famosa canção “Nuestro Juramento”.
História : O Equador é uma república democrática representativa localizada na América do Sul limitada a norte pela Colômbia, a leste e sul pelo Peru e a oeste pelo oceano Pacífico. É um dos dois países da região que não têm fronteiras comuns com o Brasil, além do Chile. Seu território de 256 370 km² é cortado ao meio pela imaginária linha do Equador.
O Equador é uma república presidencial. Tornou-se independente em 1830, depois de ter feito parte do império colonial espanhol e, por um tempo muito mais curto, da República da Grã-Colômbia. A principal língua falada no país é o espanhol (94% da população). Entre os idiomas oficiais em comunidades nativas estão o quíchua, o shuar e onze outros idiomas.
A sua capital é a cidade de São Francisco de Quito, mas comumente conhecida como Quito, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1970, por ter o centro histórico mais bem preservado e menos alterado da América Latina. O centro histórico de Cuenca, a terceira maior cidade do país, também foi declarado Patrimônio Mundial, em 1999, como um exemplo notável de uma cidade planejada, de estilo espanhol colonial, no interior da América.