Brasília – O grande plano do Marrocos para a economia verde e energia renovável, particularmente desde a organização da Cop22 em Marrakech, reflete o compromisso do Reino com a agenda climática internacional, disse o embaixador do Marrocos em Brasília, Nabil Adghoghi.
Em artigo de opinião publicado pela revista brasileira de comércio “VIDI economia sustentável”, o diplomata destacou as ações tomadas por Marrocos, particularmente por meio da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (SNDD) e das duas novas políticas setoriais “Geração Verde 2020-2030” e “Florestas de Marrocos”.
“Marrocos adotou, sob a liderança ativa de Sua Majestade, o Rei Mohammed VI, uma estratégia holística que gira em torno do díptico Apropriação e Abertura: a apropriação por todos os atores nacionais do parâmetro de “sustentabilidade” em suas estratégias setoriais, planos de negócios, políticas territoriais e iniciativas associativas e abertura às parcerias internacionais, a fim de aumentar a atratividade econômica do Reino e garantir a sustentabilidade dos projetos lançados pelo Reino”. Sr. Adghoghi observou.
Nesta esteira, o embaixador destacou as histórias de sucesso de Marrocos nos últimos anos, lembrando o investimento de US$ 2,5 bilhões da empresa americana Soluna Technologies na construção de um parque eólico em Dakhla, o Acordo com a Alemanha para promover a produção de tecnologia Power2X no Marrocos, a instalação pela empresa alemã Siemens de uma unidade industrial em Tânger para a produção de pás de turbinas eólicas , entre outras coisas.
Marrocos também promoveu disposições institucionais que incorporam “boas práticas” a nível internacional, particularmente as da OCDE, com as quais Marrocos está engajado em uma parceria muito ambiciosa, acrescentou.
Ao mesmo tempo, a dimensão da cooperação Sul-Sul é um dos principais impulsos dessa estratégia de abertura, como evidenciado pela Iniciativa africana de Adaptação à Agricultura (AAA), que já começa a dar frutos, observou o diplomata. Nesse contexto, Marrocos, com sua experiência de sucesso em energia solar e eólica, está apoiando seus parceiros africanos em parcerias público-privadas (PPPs), continuou.
Ele lembrou que já em 2009, Marrocos havia anunciado a meta de alcançar 52% da participação de energia renovável no mix de energia, lançando nesta esteira vários projetos ambiciosos, como o complexo Noor Ouarzazate, uma das maiores usinas solares do mundo.
Marrocos tomou, assim, a medida do surgimento do conceito de economia verde como um novo paradigma com enorme potencial de crescimento econômico, consciente da vulnerabilidade do modelo atual devido à degradação ambiental, escassez de recursos hídricos, desertificação e outros riscos ambientais.