ABU DHABI — As autoridades dos Emirados Árabes Unidos anunciaram neste sábado (30) que concederão cidadania a alguns estrangeiros que “contribuem para o desenvolvimento e a prosperidade do país”, uma medida incomum na região do Golfo.
“Adotamos uma emenda à lei para conceder a nacionalidade dos Emirados a investidores e indivíduos talentosos, como cientistas, médicos, engenheiros, artistas, escritores e suas famílias”, declarou o primeiro-ministro, Mohamed bin Rashid Al Maktoum, em várias mensagens no Twitter. Esta emenda permitirá que os novos cidadãos mantenham sua nacionalidade de origem, disse ele. O objetivo é garantir a contribuição dos novos emiratis para o “desenvolvimento e prosperidade do país”, ressaltou o governo.
É uma oportunidade rara na região do Golfo, onde o acesso à nacionalidade é muito limitado. Os emiratis são minoria em seu próprio país, pois os estrangeiros representam cerca de 90% dos 10 milhões de habitantes dos Emirados Árabes Unidos. Segundo o primeiro-ministro, a escolha das pessoas que vão receber a nacionalidade ficará a cargo do governo central, das autoridades dos sete emirados que compõem a federação e das lideranças locais.
Nos últimos anos, para atrair investidores e profissionais de destaque, os Emirados multiplicaram seus gestos em direção aos residentes estrangeiros, como a concessão de vistos de longa duração para especialistas. A economia do país, a segunda no Golfo após a Arábia Saudita, está perdendo brilho devido à crise provocada pela pandemia do coronavírus e à queda do preço do petróleo. Além disso, Dubai é afetada pela queda acentuada do turismo e do transporte aéreo.