Representantes do Governo Federal estão no estado do Amazonas mostraram, esta semana, a embaixadores de vários países a realidade amazônica e as ações implementadas para preservar a região. Esse é o objetivo da viagem liderada pelo vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia, Hamilton Mourão, que se iniciou, na quarta-feira (4), às cidades da Amazônia Legal.
Participam da missão alguns ministros brasileiros e diplomatas estrangeiros de diversos países. São eles: África do Sul, Espanha, Peru, Colômbia, Canadá, Suécia, Alemanha, União Europeia, Reino Unido, França e Portugal, além da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). “A nossa finalidade aqui é deixá-los livres para que eles enxerguem, com os próprios olhos, o que está acontecendo na Amazônia”, ressalta Hamilton Mourão, que também preside o Conselho da Amazônia.
Na quinta-feira (5), em Manaus, a equipe visitou o laboratório modelo de investigação de crime ambiental, que fica na sede da Superintendência da Polícia Federal. Também conheceu a Flotilha da Amazônia, que é a força distrital da Marinha do Brasil; e o Encontro das Águas, que acontece na confluência entre o rio Negro, de água preta, e o rio Solimões, de água barrenta. No local, considerado uma das principais atrações turísticas da cidade de Manaus, as águas dos dois rios correm lado a lado sem se misturar.
Assentamento que deu certo
O grupo também foi conhecer, de perto, o Projeto Integrado de Colonização Bela Vista, coordenado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o projeto abriga famílias assentadas em uma área de aproximadamente 785 mil hectares, ocupada desde 1971. Atualmente, dos 1.311 lotes georreferenciados, 446 já receberam o título definitivo. Ao apresentar o projeto aos embaixadores, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou a importância da ação.
“É a importância de um assentamento que deu certo. Então, a gente vê que quando a regularização chega logo, as pessoas têm condições de tomar crédito, de gerir sua propriedade e de gerar riquezas, não só para o município, mas também para o estado e as famílias”, explica Tereza Cristina.
Hamilton Mourão voltou a defender a importância da regularização fundiária para trazer desenvolvimento e preservação ambiental para a Amazônia Legal. “Hoje, o Ministério da Agricultura e o Incra estão aí se preparando para, usando o sensoriamento remoto e obedecendo a legislação hoje ainda em vigor, que prevê que até 4 módulos fiscais você pode regularizar por este tipo de processo, avançar o mais rápido possível”, afirma o vice-presidente.
Por último, a missão liderada pelo vice-presidente da República visitou o Comando Militar da Amazônia. A viagem ocorre até amanhã (6) e também vai passar pelas cidades de São Gabriel da Cachoeira e Maturacá, todas no estado do Amazonas.
Diário de viagem
No primeiro dia de viagem, foi feito um sobrevoo ao longo da BR-163 “Eles verem com os próprios olhos que a construção de uma rodovia não significa a destruição da floresta”, disse Hamilton Mourão. Também na quarta-feira (4), na capital do estado do Amazonas, o vice-presidente da República guiou a equipe de diplomatas numa visita ao zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) e ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Suframa – O titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus, Algacir Polsin, falou ao grupo sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM) e como o modelo de desenvolvimento regional, baseado noa tríade indústria-comércio-agropecuário, promoveu impactos positivos na região e, especialmente, no Amazonas. — É importante que conheçam a importância da Zona Franca de Manaus, do Polo Industrial de Manaus (PIM) e das atividades agrícolas que aqui ocorrem, como a cultura de soja nos lavrados de Roraima, tudo sem afetar a floresta que nos cerca — disse o superintendente.
Polsin ainda falou sobre bioeconomia, tema sempre em evidência e que atualmente tem sido cada vez mais debatido por todo o mundo e, na região, conta com apoio do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), que deve contribuir ainda mais neste quesito.
Nesta mesma linha, foi apresentado projeto da empresa Bertolini de beneficiamento do açaí em balsa instalada no meio do rio e a logística de transbordo da carga de grãos oriunda de Roraima e distribuída para diversos mercados, sendo ambas apresentações muito bem recebido pelos membros da comitiva.