O embaixador da Dinamarca Nicolai Prytz (foto) promoveu, em sua residência oficial, um almoço com as embaixadas nórdicas no Brasil e a Associação Brasileira de Jornalistas da Área Internacional e Diplomática (ABRAJINTER) que contou com a presença dos Embaixadores da Finlândia, Noruega e o encarregado de negócios da Suécia. Eles detalham os principais pontos de parceria com o governo brasileiro nas áreas da tecnologia e do meio ambiente.
Primeiro a discursar, o anfitrião, embaixador Nicolai Prytz , ressaltou a meta da Dinamarca de reduzir a emissão de carbono na atmosfera em 70 por cento até 2030 e erradicá-la, por completo, até 2050. O país também pretende abolir completamente a exploração de petróleo e gás natural. A seu ver, no entanto, a dificuldade está em vencer a ausência de tecnologias de produção de energias renováveis, e para isso, o governo dinamarquês tem buscado a cooperação do governo brasileiro para avançar no marco regulatório para produção de energia eólica em alto mar.
Prytz comentou, em sua fala, que na Dinamarca o acesso às estruturas públicas, bem como aos serviços públicos, é totalmente digital, o que, além de agilizar as rotinas administrativas, dificulta os processos de corrupção. “Começamos este trabalho de digitalização há 15 anos. Cometemos alguns erros pelo caminho. Mas queremos dividir nossas experiências com o Brasil”, relatou o embaixador afirmando que nem lembra a última vez que foi ao banco na Dinamarca.
O diplomata anunciou ainda a assinatura de um acordo para a criação de um marco regulatório na área de energia offshore (ultramar) e no processamento de resíduos sólidos com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Prytz lembrou que há 15 dias, houve a visita de uma comitiva brasileira às instalações offshore na Dinamarca. “O Brasil busca a diversificação energética e tem ótimas condições para esse tipo de energia eólica offshore. Falta um marco regulatório. Sem ele, não teremos investidores aqui no Brasil”, explicou o diplomata dinamarquês.
Já o Embaixador da Finlândia, Jouko Leinonem (foto), afirmou que uma das prioridades deles seria desenvolver todas as potencialidades e aperfeiçoar a tecnologia da internet 5G, pois é uma área que ainda tem muito a expandir e certamente irá, em muito, contribuir com o surgimento de novas tecnologias Bioeconomicas e desenvolvimentistas para o século XXI.
Quanto ao aspecto ecológico, Leinonem salientou que no inicio da era industrial, o território finlandês contava com apenas 40% de sua cobertura florestal original. Atualmente, com as constantes iniciativas de reflorestamento, a Finlândia conta com 75% de seu território coberto com florestas. “Queremos gerar economia sem derrubar florestas”, explicou. O diplomata disse querer trabalhar com o Brasil na indústria da biocelulose.
Amazônia In Loco – Jouko Leinonem recordou o evento Amazônia In Loco, organizado pela Eurocâmaras Brasil, Câmara de Comércio da Finlândia no Brasil (Finncham Brazil) e Câmara Oficial Espanhola de Comercio no Brasil, que ocorreu em Belém do Pará e foi transmitido para todo o planeta, o qual contou com diversas apresentações, debates, feira de exposição (produtos, serviços e tecnologias) e rodadas de negócios para aproximar empresas do setor com interessados e investidores.
O ponto alto de sua explicação foi a constatação de que os investimentos em politicas publicas de fomento da educação em massa, possibilitou o surgimento de tecnologias para criar soluções ecológicas para mudar e evitar a mudança climática global, pretendendo a emissão zero de carbono até 2035.
Legislação – O Embaixador da Noruega Odd Magne Ruud (foto) destacou a iniciativa legislativa no país com a criação de lei para avançar na diminuição da emissão de carbono, com investimentos na ordem de US$ 32 bilhões, sendo que US$ 7 bilhões já foram investidos no Brasil para combater as mudanças climáticas no planeta. Dentre as ações, está prevista a instituição da transparência no uso dos recursos financeiros; a criação de Commodities do desmatamento; o respeito aos direitos humanos; e a transparência no setor agropecuário Brasileiro. Ruud destacou que empresas daquele país estão em 86 cidades brasileiras e investem US$ 82,5 bilhões, principalmente nos campos da energia renovável e do reflorestamento.
Já o encarregado de negócios da Suécia Sten Engdahl falou da importância da equidade de gênero, destacando que em seu país, dos 23 ministérios, 12 são ocupados por mulheres e no parlamento quase metade também são mulheres. Ressaltou ainda o direito do recém-nascido de ter consigo ambos os pais por igual período em seus primeiros meses de vida, o que é denominado por lá como Licença parental, o que se assemelha a nossa licença maternidade.