A Embaixadora de Bangladesh no Brasil Sadia Faizunnesa recebeu, no dia 07, na sede diplomática, cerca de 30 jornalistas da Abrajinter (Associação Brasileira de Jornalistas da Área Diplomática) e cidadãos do país para lembrar o discurso histórico proferido nesta data pelo Sheikh Mujibur Rahman, Bangabandhu, o Pai Fundador daquela nação. A Data é reconhecida pela UNESCO como registro da Memória do Mundo.
O Discurso de 07 de março de Bangabandhu foi um evento histórico proferido por Bangabandhu, em 1971, no Ramna Race Course (agora Suhrawardy Udyan) feito em Dhaka para uma reunião de mais de hum milhão de pessoas. Foi proferido durante um período de tensões crescentes entre o Paquistão Oriental e o poderoso establishment político e militar do Paquistão Ocidental. No discurso, Bangabandhu declarou informalmente a independência de Bangladesh, proclamando: “A luta desta vez, é uma luta pela nossa liberdade. A luta desta vez é uma luta pela nossa independência.” Ele anunciou um movimento de desobediência civil na província, pedindo que “cada casa se transforme em uma fortaleza”.
O discurso inspirou o povo bengali a se preparar para uma guerra de independência em meio a relatos generalizados de mobilização armada do Paquistão Ocidental. A Guerra de Libertação de Bangladesh começou 18 dias depois, quando o Exército do Paquistão iniciou a Operação Searchlight contra civis bengalis, intelectuais, estudantes, políticos e pessoal armado. “Presto minha homenagem aos três milhões de mártires, mais de 200 mil mães e irmãs que foram torturadas e violentadas durante a Guerra da Independência de 1971”, disse a embaixadora Sadia Faizunnesa.
Conquistas – Segundo a diplomata, Bangladesh é um país secular, pluralista, próspero e uma terra de imensas oportunidades e uma das economias que mais cresce no mundo. “Bangladesh alcançou um marco de graduação de país menos desenvolvido (PMD) para um país em desenvolvimento. Para completar, este ano é o 50º aniversário das relações bilaterais Bangladesh-Brasil. Portanto, meus caros amigos, vocês compreendem muito bem o momento significativo em que nos encontramos agora”, disse Faizunnesa, ressaltando que em seu país o Brasil é conhecido pelo futebol e pela música.
Em sua apresentação, a embaixadora Sadia Faizunnesa afirmou que, apesar de ser pequena em tamanho, com 170 milhões de habitantes, e um dos países mais vulneráveis à mudança climática, na última década, Bangladesh conseguiu superar as probabilidades substanciais de passar de um status econômico menos desenvolvido para um status econômico em desenvolvimento. De acordo com a diplomata, o governo defendeu o desenvolvimento socioeconômico e o empoderamento das pessoas, incluindo o feminino.
“A partir de uma economia devastada pela guerra em 1971, nos tornamos agora uma economia estável. Tornamos-nos autossuficientes na produção de alimentos básicos e reduzimos a taxa de pobreza de 31,5% para 20,5%. Nossa renda per capita saltou mais de três vezes em apenas uma década para USD 2.227. Nossa reserva em moeda estrangeira atingiu um recorde histórico de 48 bilhões de dólares”, afirmou Faizunnesa.
Bangladesh, segundo a embaixadora, é a economia que mais cresce na região Ásia-Pacífico e uma das cinco economias de crescimento mais rápido do mundo. A taxa de crescimento anual do PIB nacional foi em média de 5,84% nas últimas uma década e meia, atingindo um recorde histórico de 8,15% em 2019, pouco antes da pandemia.
Dados– No raking global, de acordo com os dados apresentados pela diplomata, Bangladesh é o terceiro em exportação de peças de vestuário; quarto na produção de arroz; terceiro na produção de peixes e vegetais de água doce; sexto na produção de batatas e segundo na produção de jaca. O país e o primeiro na exportação de juta e segundo em produção; segundo na produção de leite de cabra; oitavo na produção de manga e goiaba, oitavo em rendimentos de remessas e segundo em terceirização de TI.