Primeiro Estado Democrático Popular no Sudeste Asiático, Vietnã comemora 72 anos de independência.
Em 02 de setembro de 1945, a população do país conquistou a soberania. Em Brasília, a data foi celebrada antecipadamente no dia 28 de agosto, no Clube do Exército, com um recepção oferecida pelo embaixador Do Ba Khoa. Em seu discurso, o diplomata disse que “o Brasil é o parceiro de primeira importância na região” e que era desejo do governo e do povo vietnamita desenvolver e aprofundar ainda mais as parcerias em todos os setores.
Segundo o Embaixador Khoa, “o Vietnã ergueu-se das feridas causadas pelas guerras de agressão estrangeira” – como ocorreu com a invasão e domínio de tropas coloniais francesas por mais de oito décadas na Península indochinesa, a invasão do Exército japonês durante o final da II Guerra Mundial e da trágica intervenção estadunidense por quase 10 anos. “Depois de 31 anos da Renovação, o Vietnã saiu da lista de países pobres e figura, agora, nas fileiras dos países de renda média no mundo. Além disso, foi um dos poucos países que completaram, com êxito, mais de 50% dos objetivos de desenvolvimento do Milênio”, completou.
Apesar das mutações da situação mundial e regional, 31 anos da política de Renovação trouxeram para o Vietnã muitas conquistas históricas importantes: a estabilidade da segurança política; o crescimento razoável e estável do PIB num longo período; a garantia da segurança e defesa nacional; a consolidação da unidade nacional; a expansão contínua das relações externas, além da melhoria constante da vida material e espiritual da população, especialmente em áreas remotas, foram elementos importantes deste último período.
No entanto, ainda segundo o embaixador, o Vietnã continua a enfrentar vários desafios como a baixa qualidade de crescimento em alguns aspectos, a lenta renovação do modelo de crescimento, as frequentes epidemias e as calamidades naturais, além das disputas territoriais no Mar do Leste. Nos próximos anos, segundo seus dirigentes de Estado e do Partido Comunista do Vietnã, o país continuará a impulsionar a renovação de forma integral e sincronizada, a promover o desenvolvimento econômico de forma sustentável e, ainda, a desenvolver e aperfeiçoar a economia de mercado de orientação socialista.
“Todos os vietnamitas farão esforços para converter o Vietnã num país basicamente industrializado e vão lutar de forma decidida e persistente para defender firmemente a independência, a soberania, a unidade e a integridade territorial do País”, garantiu Khoa. De acordo com o diplomata, o Vietnã continuará a praticar a política externa de independência, de soberania, de defesa do multi-lateralismo, de diversificação e de ativa integração internacional, preservando a paz e estabilidade e criando condições favoráveis para o desenvolvimento nacional, a fim de elevar a posição e o prestígio do Vietnã em sua região e no mundo”.
Parceria – Apesar da distância geográfica e cientes da posição e do papel que joga cada país na região, os líderes e povos do Vietnã e do Brasil decidiram estabelecer, em 2007, laços abrangentes de parceria bilateral. Desde então, a cooperação política governamental e partidária, bem como a cooperação econômica e comercial nos setores de segurança, defesa, ciência e tecnologia, cultura e educação estão se desenvolvendo e se aprofundando, em nível nacional e ministerial, entre cidades de ambos os países por meio de intercâmbios de delegações e de elaboração e aprovação de quadros jurídicos para a cooperação bilateral.
O apoio recíproco e mútuo, tanto nas organizações regionais e internacionais como no processo de desenvolvimento de cada país, já se tornou uma tradição nos laços bilaterais. O embaixador Khoa lembrou que graças ao apoio do governo e dos esforços de empresários, a cooperação econômica e comercial entre os dois países tem conhecido evoluções positivas e distintas. De 59 milhões de dólares americanos em 2004, o valor de intercâmbio comercial conseguiu atingir quase 4 bilhões de dólares em 2015, 3,2 bilhões em 2016 e 1,73 bilhões no primeiro semestre de 2017.
A cooperação descentralizada também foi desenvolvida com parcerias entre as cidades de Hue e Hai Phong, do Vietnam, e São Luís, no Maranhão, e Curitiba, no Paraná, respectivamente. Os laços de povo a povo foram expandidos com a formação da Associação de Amizade Brasil-Vietnã (Abraviet) em Brasília, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, e têm ainda rico potencial para novos desenvolvimentos no futuro. O desenvolvimento das relações governamentais e empresariais, a diversidade cultural e gastronômica, juntamente com a abertura e hospitalidade do povo do Vietnã estão atraindo muitos turistas brasileiros.