Brasil, o embaixador: “A Itália reabre suas fronteiras: estamos à frente na vacinação”.
O Brasil está tentando. Ele tenta convencer a Itália, e em particular o ministro da Saúde Roberto Speranza, de que os brasileiros não são mais um povo em risco, que a emergência sanitária no país sul-americano está sob controle, que a vacinação está em um ritmo muito rápido. E que, portanto, os brasileiros esperam a reabertura imediata de nossas fronteiras. É o embaixador brasileiro na Itália, Hélio Ramos, que tenta decisivamente, levantar a voz, em suma, tentando fazer “barulho”. E não esconde seu desânimo com o fato de que na última portaria editada pela Speranza o Brasil permaneceu incluído na Lista E de países dos quais não se pode vir à Itália, exceto por razões urgentes (e, portanto, não para o turismo) e não “promovido” na Lista D, em que, entre outras coisas, há países com situação epidemiológica geral igual ou pior do que a brasileira. O Embaixador Ramos não esconde sua indignação, em nome de seu país, declara-o abertamente.
‘Decisão incompreensível’ – “Sim, senti “indignação” – as palavras oficiais do diplomata brasileiro – quando soube que a última ordem do Ministério da Saúde italiano manteve o Brasil na lista “E”, apesar de todo o progresso do país na contenção da pandemia Covid-19. A decisão, bem como prejudicial aos fluxos econômicos e culturais entre nossas sociedades, é incompreensível do ponto de vista técnico-científico, uma vez que outros países em situação epidemiológica e vacinação pior ou semelhante ao brasileiro foram elevados à lista “D”. Nos últimos seis meses conseguimos reduzir em 90% o número de mortes e infecções no Brasil. Isso foi possível graças ao excelente desempenho da nossa campanha de imunização, tanto que hoje 66% dos brasileiros completaram o ciclo de vacinação. A média móvel registrada na quinta-feira, 16 de dezembro, foi de 3.944 novos casos diários, para uma população de mais de 210 milhões de pessoas.
De 17 de janeiro a 16 de dezembro, segundo dados divulgados pelas Secretarias estaduais de Saúde, 141.083.188 pessoas (87,6% da população adulta, estimada em cerca de 161 milhões de habitantes) teriam sido “totalmente imunizadas” (tendo recebido a segunda dose ou a vacina de dose única Johnson), enquanto 160.522.290 pessoas (99,7% da população adulta) receberam apenas uma das duas doses esperadas. E há apenas dois dias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a EMA brasileira, aprovou a administração da vacina Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.
“À minha indignação – continua Ramos – acrescenta-se a de milhares de outros brasileiros que desejam vir à Itália por várias razões, também para conhecer esse lindo país. Entristece-me observar que a maioria dos turistas brasileiros está substituindo a Itália pela França ou Espanha, países que hoje já permitem a entrada de brasileiros vacinados. O embaixador nas semanas teve muitos contatos com as autoridades italianas, ele também tinha sido tranquilizado, e, portanto, ele realmente esperava que a Itália pudesse reabrir suas portas para os “irmãos” brasileiros. Assim como milhares de operadores turísticos que vivem (viveram?) no turismo brasileiro, um dos mais florescentes e rentáveis para a economia do nosso país, esperavam: um milhão de brasileiros por ano visitavam a Península antes da pandemia. Tanto que a nova companhia aérea italiana, ITA, está em constante contato com a Agência Nacional de Aviação Civil, na esperança de poder reativar o mais rápido possível as rotas altamente solicitadas com voos diretos entre Itália e Brasil.
Brasil, apelo dos operadores turísticos italianos: “País seguro, reabre as fronteiras caso contrário, falharemos”
Inteligência Epidêmica – Hélio Ramos está tão convencido de que está do lado da razão, e que os dados absolutamente positivos registrados no Brasil nos últimos meses justificam a abertura das fronteiras italianas (claro, sempre com todas as precauções possíveis: vacina, cotonetes, vários certificados) que na quinta-feira enviou uma carta ao professor Silvio Brusaferro, que como presidente do Istituto Superiore di Sanità participou no início de dezembro no Conselho de Delegados da Organização Italo-Latino-Americano Internacional (IILA) durante o qual ocorreu um “diálogo frutífero sobre inteligência epidêmica”. A carta (que informamos na íntegra), e que já é veiculada nas redes sociais, tendo sido imediatamente compartilhada no Twitter pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, contém todos os dados oficiais que o Brasil comunicou e dos quais a OMS está ciente: no final Ramos pede firmemente a colaboração de Brusaferro para que “o mal-entendido possa ser corrigido o mais rápido possível, e o Brasil pode receber uma classificação técnica compatível com a melhora significativa de seu cenário epidemiológico”.
A carta para Brusaferro -“Como certamente se lembrarão – lemos nas primeiras linhas da carta endereçada ao Prof. Brusaferro – durante a recente reunião da IILA, o Brasil apresentou dados estatísticos sobre o atual cenário epidemiológico do país. Considerando que o ISS desempenha um papel fundamental no combate ao Covid-19, especialmente no que diz respeito aos pareceres técnicos dos ministérios italianos com competência no campo, parece apropriado enviar, por escrito, os dados acima mencionados sobre a situação da epidemia no Brasil. Pelo contrário, tenho certeza de que essas estatísticas lhe interessarão em suas considerações no campo da “inteligência epidêmica”. Até agora, 75,18% da população brasileira já foi imunizada com pelo menos uma dose da vacina. Isso significa que 160 milhões de pessoas já iniciaram a imunização. Outros 141 milhões já completaram o ciclo de vacinação, ou mais de 66% da população, o que coloca o Brasil bem acima da média mundial de 44% e em segundo lugar entre as dez nações mais populosas do mundo, atrás apenas da China. O número de doses administradas pelo Brasil é o quarto maior de qualquer país do mundo. Os números de vacinação se refletem na melhora significativa do cenário epidemiológico no Brasil. Entre junho e novembro de 2021, houve queda de 86,2% no número de casos e queda de 88% no número de óbitos por Covid-19. Se no início a pandemia teve efeitos muito graves no meu país, atualmente a taxa de novas mortes por Covid por 100.000 habitantes é menor no Brasil do que nos Estados Unidos, na União Europeia e no Reino Unido”.
O certificado de vacinação – “Para garantir a continuidade dessa melhoria – continua a carta – no dia 16 de novembro o Ministério da Saúde do Brasil lançou uma campanha chamada “Mega Vacinação”, para fortalecer a imunização dos brasileiros contra o Covid-19. Ao todo, 158 milhões de pessoas com mais de 18 anos fazem parte do público-alvo da dose de reforço, que se aplica a todos os imunizantes utilizados na campanha. A partir de agora, mais de 100 milhões de brasileiros podem tomar a dose de reforço, já que já concluíram a imunização há cinco ou mais meses. Além disso, o governo brasileiro criou o Certificado Nacional de Vacinação Covid-19, que pode ser emitido por aqueles que concluíram a imunização no país. O documento contém informações precisas sobre dados de vacinas que são facilmente verificáveis. Vários países, incluindo os europeus, já reconhecem o documento brasileiro, também para permitir a entrada de turistas brasileiros em seus territórios. Diante desse cenário, havia uma expectativa bem fundamentada de que a tão esperada Portaria do Ministério da Saúde italiano, de 15 de dezembro, retiraria o Brasil da lista de países do Grupo “E” e a incluiria pelo menos entre os países da lista “D”. Tal decisão, além de ter apoio científico, satisfaria os desejos das empresas do Brasil e da Itália, que desejam fortemente retomar o fluxo de suas tradicionais trocas.
«Remediando o mal-entendido» – “Como não há justificativa científica para manter o Brasil na lista “E” – conclui a carta do embaixador – acho que a decisão, na minha opinião inconsistente, merece reparação técnica pelo Ministério competente. Na verdade, tento não acreditar que é o resultado de outras motivações, de natureza discriminatória. Portanto, e tendo em conta a seriedade dos profissionais do ISS e do Ministério da Saúde, bem como seu compromisso com a ciência baseada em evidências, expresso minha expectativa de que o mal-entendido possa ser sanado o mais rápido possível, para que, no âmbito das restrições à saúde estabelecidas pela Itália contra o Covid-19, o Brasil possa receber uma classificação técnica compatível com o aprimoramento significativo de seu cenário epidemiológico».
O Brasil está tentando. Ele tenta convencer a Itália, e em particular o ministro da Saúde Roberto Speranza, de que os brasileiros não são mais um povo em risco, que a emergência sanitária no país sul-americano está sob controle, que a vacinação está em um ritmo muito rápido. E que, portanto, os brasileiros esperam a reabertura imediata de nossas fronteiras. É o embaixador brasileiro na Itália, Hélio Ramos, que tenta decisivamente, levantar a voz, em suma, tentando fazer “barulho”. E não esconde seu desânimo com o fato de que na última portaria editada pela Speranza o Brasil permaneceu incluído na Lista E de países dos quais não se pode vir à Itália, exceto por razões urgentes (e, portanto, não para o turismo) e não “promovido” na Lista D, em que, entre outras coisas, há países com situação epidemiológica geral igual ou pior do que a brasileira. O Embaixador Ramos não esconde sua indignação, em nome de seu país, declara-o abertamente.
‘Decisão incompreensível’
“Sim, senti “indignação” – as palavras oficiais do diplomata brasileiro – quando soube que a última ordem do Ministério da Saúde italiano manteve o Brasil na lista “E”, apesar de todo o progresso do país na contenção da pandemia Covid-19. A decisão, bem como prejudicial aos fluxos econômicos e culturais entre nossas sociedades, é incompreensível do ponto de vista técnico-científico, uma vez que outros países em situação epidemiológica e vacinação pior ou semelhante ao brasileiro foram elevados à lista “D”. Nos últimos seis meses conseguimos reduzir em 90% o número de mortes e infecções no Brasil. Isso foi possível graças ao excelente desempenho da nossa campanha de imunização, tanto que hoje 66% dos brasileiros completaram o ciclo de vacinação. A média móvel registrada na quinta-feira, 16 de dezembro, foi de 3.944 novos casos diários, para uma população de mais de 210 milhões de pessoas.
De 17 de janeiro a 16 de dezembro, segundo dados divulgados pelas Secretarias estaduais de Saúde, 141.083.188 pessoas (87,6% da população adulta, estimada em cerca de 161 milhões de habitantes) teriam sido “totalmente imunizadas” (tendo recebido a segunda dose ou a vacina de dose única Johnson), enquanto 160.522.290 pessoas (99,7% da população adulta) receberam apenas uma das duas doses esperadas. E há apenas dois dias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a EMA brasileira, aprovou a administração da vacina Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.
“À minha indignação – continua Ramos – acrescenta-se a de milhares de outros brasileiros que desejam vir à Itália por várias razões, também para conhecer esse lindo país. Entristece-me observar que a maioria dos turistas brasileiros está substituindo a Itália pela França ou Espanha, países que hoje já permitem a entrada de brasileiros vacinados. O embaixador nas semanas teve muitos contatos com as autoridades italianas, ele também tinha sido tranquilizado, e, portanto, ele realmente esperava que a Itália pudesse reabrir suas portas para os “irmãos” brasileiros. Assim como milhares de operadores turísticos que vivem (viveram?) no turismo brasileiro, um dos mais florescentes e rentáveis para a economia do nosso país, esperavam: um milhão de brasileiros por ano visitavam a Península antes da pandemia. Tanto que a nova companhia aérea italiana, ITA, está em constante contato com a Agência Nacional de Aviação Civil, na esperança de poder reativar o mais rápido possível as rotas altamente solicitadas com voos diretos entre Itália e Brasil.
Brasil, apelo dos operadores turísticos italianos: “País seguro, reabre as fronteiras caso contrário, falharemos”
Inteligência Epidêmica – Hélio Ramos está tão convencido de que está do lado da razão, e que os dados absolutamente positivos registrados no Brasil nos últimos meses justificam a abertura das fronteiras italianas (claro, sempre com todas as precauções possíveis: vacina, cotonetes, vários certificados) que na quinta-feira enviou uma carta ao professor Silvio Brusaferro, que como presidente do Istituto Superiore di Sanità participou no início de dezembro no Conselho de Delegados da Organização Italo-Latino-Americano Internacional (IILA) durante o qual ocorreu um “diálogo frutífero sobre inteligência epidêmica”. A carta (que informamos na íntegra), e que já é veiculada nas redes sociais, tendo sido imediatamente compartilhada no Twitter pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, contém todos os dados oficiais que o Brasil comunicou e dos quais a OMS está ciente: no final Ramos pede firmemente a colaboração de Brusaferro para que “o mal-entendido possa ser corrigido o mais rápido possível, e o Brasil pode receber uma classificação técnica compatível com a melhora significativa de seu cenário epidemiológico”.
A carta para Brusaferro -“Como certamente se lembrarão – lemos nas primeiras linhas da carta endereçada ao Prof. Brusaferro – durante a recente reunião da IILA, o Brasil apresentou dados estatísticos sobre o atual cenário epidemiológico do país. Considerando que o ISS desempenha um papel fundamental no combate ao Covid-19, especialmente no que diz respeito aos pareceres técnicos dos ministérios italianos com competência no campo, parece apropriado enviar, por escrito, os dados acima mencionados sobre a situação da epidemia no Brasil. Pelo contrário, tenho certeza de que essas estatísticas lhe interessarão em suas considerações no campo da “inteligência epidêmica”. Até agora, 75,18% da população brasileira já foi imunizada com pelo menos uma dose da vacina. Isso significa que 160 milhões de pessoas já iniciaram a imunização. Outros 141 milhões já completaram o ciclo de vacinação, ou mais de 66% da população, o que coloca o Brasil bem acima da média mundial de 44% e em segundo lugar entre as dez nações mais populosas do mundo, atrás apenas da China. O número de doses administradas pelo Brasil é o quarto maior de qualquer país do mundo. Os números de vacinação se refletem na melhora significativa do cenário epidemiológico no Brasil. Entre junho e novembro de 2021, houve queda de 86,2% no número de casos e queda de 88% no número de óbitos por Covid-19. Se no início a pandemia teve efeitos muito graves no meu país, atualmente a taxa de novas mortes por Covid por 100.000 habitantes é menor no Brasil do que nos Estados Unidos, na União Europeia e no Reino Unido”.
O certificado de vacinação – “Para garantir a continuidade dessa melhoria – continua a carta – no dia 16 de novembro o Ministério da Saúde do Brasil lançou uma campanha chamada “Mega Vacinação”, para fortalecer a imunização dos brasileiros contra o Covid-19. Ao todo, 158 milhões de pessoas com mais de 18 anos fazem parte do público-alvo da dose de reforço, que se aplica a todos os imunizantes utilizados na campanha. A partir de agora, mais de 100 milhões de brasileiros podem tomar a dose de reforço, já que já concluíram a imunização há cinco ou mais meses. Além disso, o governo brasileiro criou o Certificado Nacional de Vacinação Covid-19, que pode ser emitido por aqueles que concluíram a imunização no país. O documento contém informações precisas sobre dados de vacinas que são facilmente verificáveis. Vários países, incluindo os europeus, já reconhecem o documento brasileiro, também para permitir a entrada de turistas brasileiros em seus territórios. Diante desse cenário, havia uma expectativa bem fundamentada de que a tão esperada Portaria do Ministério da Saúde italiano, de 15 de dezembro, retiraria o Brasil da lista de países do Grupo “E” e a incluiria pelo menos entre os países da lista “D”. Tal decisão, além de ter apoio científico, satisfaria os desejos das empresas do Brasil e da Itália, que desejam fortemente retomar o fluxo de suas tradicionais trocas.
«Remediando o mal-entendido» – “Como não há justificativa científica para manter o Brasil na lista “E” – conclui a carta do embaixador – acho que a decisão, na minha opinião inconsistente, merece reparação técnica pelo Ministério competente. Na verdade, tento não acreditar que é o resultado de outras motivações, de natureza discriminatória. Portanto, e tendo em conta a seriedade dos profissionais do ISS e do Ministério da Saúde, bem como seu compromisso com a ciência baseada em evidências, expresso minha expectativa de que o mal-entendido possa ser sanado o mais rápido possível, para que, no âmbito das restrições à saúde estabelecidas pela Itália contra o Covid-19, o Brasil possa receber uma classificação técnica compatível com o aprimoramento significativo de seu cenário epidemiológico».