Festa tem um colorido especial, cresce e ganha popularidade pela riqueza cultural inspirada em tradições andinas
Súsan Faria
Fotos: Eliane Loin
Oruro, antiga cidade que fica no altiplano boliviano, a 3.700 metros de altura, a 90 km do Chile e a 560 km do Oceano Pacífico, celebra o Carnaval com muita força, cores, máscaras, danças e alegrias. A festa, que segue os costumes andinos tradicionais, foi apresentada em vídeo, sexta-feira, dia 16, no final de tarde, para convidados na Embaixada da Bolívia em Brasília. Na oportunidade, o embaixador José Kinn Franco destacou que o Carnaval em Oruro não é o único, cada festa tem uma característica particular, mas esse é o de maior expressão.
José Kinn explicou que o colorido da festa é variado e intenso e historicamente se desenvolveu nas regiões andinas. ”É uma festa enraizada, com sincretismo religioso”. Destacou blocos como o “Fraternidade”, em Oruro, com próprio traje e música, que faz muito sucesso. Lembrou que neste Carnaval – que se realiza na mesma ocasião que no Brasil – participam 48 conjuntos folclóricos em 18 danças de distintas partes da Bolívia. Segundo informações da Embaixada, a celebração ganhou grande popularidade nos últimos anos e devido à variedade de manifestação cultural e atrações turísticas. A festa tem como origem as invocações dos ancestrais andinos da Pachamama (mãe Terra) ao Tio Capeta das regiões mineiras e da Virgem de Candelaria.
No Carnaval de Oruro, se pode ver danças como Diablada, tradicional daquela cidade, caracterizada pelas máscaras de demônios; Suri Sicuri, do avestruz e o instrumento aimará; Morenada, cuja origem se remonta aos tempos da colonização espanhola; Llamerada, expressa a vinculação do homem andino com a llama; Tóbas, representação idealizada e imaginária que os aimarás tinhas dos povos da Amazônia boliviana; Pujllai, originária da região de Tarabuco-Sucre; e Coporeles, que representa a dança dos capatazes na época da colônia.
Mais de 400 mil espectadores participam do Carnaval de Oruro, onde não faltam mitos, lendas, tradições, boa música e poesia. A cidade é declarada pela Unesco como uma obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade.
Em Brasília, logo após a divulgação da festa de Oruro, foram servidos salgadinhos, vinho e sucos, na Embaixada da Bolívia. Prestigiaram o evento representantes do Corpo Diplomático, funcionários daquela embaixada e os embaixadores do Peru,Vicente Rojas; da República Dominicana, Hector Dionisio Perez Fernandez; da Guatemala,Julio Armando Martini Herrera; da Nicaragua, Sara Maria Torrez Ruiz; de El Salvador, Diana Vanegas; e da Costa Rica, Victor Monge Chacon.