A ex-ministra da Justiça de França, Christiane Taubira, formalizou hoje (15) a sua candidatura às eleições presidenciais do país, somando-se aos já muitos candidatos da esquerda, e alega que o seu objetivo é combater as “injustiças sociais”.
Taubira afirmou, durante uma viagem que está a realizar a Lyon, querer convocar uma “conferência sobre salários” e defender um governo “que saiba dialogar em vez de moralizar e capitalizar”.
A sua candidatura já era esperada, já que a ex-ministra tinha demonstrado querer atingir o objetivo ambicioso, mas quase impossível, de reunir a esquerda fragmentada e já sobrecarregada de candidatos.
A menos de três meses da primeira volta das presidenciais, a esquerda conta, portanto, com seis principais candidatos: o líder radical Jean-Luc Mélenchon, o ecologista Yannick Jadot, o comunista Fabien Roussel, o ex-ministro Arnaud Montebourg (que, no entanto, parece estar perto de desistir) e a presidente socialista da câmara de Paris Anne Hidalgo. Nenhum dos candidatos ultrapassa a linha dos 10% de intenção de voto nas sondagens.
O atual Presidente, Emmanuel Macron, é visto como o vencedor não absoluto da primeira volta, à frente da candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, seguida de perto pela candidata de direita, Valérie Pécresse.
Christiane Taubira tinha anunciado, no final de dezembro, que planeava apresentar-se como candidata “face ao impasse” de uma esquerda mais dividida do que nunca, tendo, na altura, marcado a data de 15 de janeiro para esclarecer a sua escolha.
A ex-deputada da Guiana, região ultramarina francesa onde nasceu há 69 anos, destacou-se perante o eleitorado de esquerda pela sua luta pela lei que reconhece o tráfico de escravos e a escravatura como crimes contra a humanidade e, sobretudo, por ter apoiado, como ministra, a lei que permite o casamento e a adoção por casais homossexuais, aprovada em 2013.
Taubira foi candidata às presidenciais em 2002, altura em que conseguiu apenas 2,32% dos votos. Embora ainda não tenha registado grandes avanços nas intenções de voto, segundo as sondagens, obteve 4,5% no início de janeiro, a sua comitiva garante que a ex-ministra “desperta fervor” entre um eleitorado de esquerda confuso desde a vitória de Emmanuel Mácron em 2017 e a desintegração dos partidos políticos tradicionais.
As eleições para escolher o próximo Presidente de França realizam-se a 10 de abril. Se nenhum candidato obtiver a maioria absoluta dos votos válidos na primeira volta, será realizada uma segunda volta, em 24 de abril, entre os dois principais candidatos.