Islam A. Taha assumiu o cargo neste mês tendo como foco trabalhar pelo intercâmbio comercial entre Brasil e Egito nos setores agrícola, de alimentos industrializados e químicos. Ele foi recebido na Câmara Árabe nesta segunda-feira (28).
Muita disposição para fazer com que as relações comerciais entre Brasil e Egito avancem ainda mais e especial atenção para a criação de linha marítima direta entre os dois países. Com isso em mente, o egípcio Islam A. Taha vive os primeiros dias como cônsul comercial do Egito na capital paulista, chefiando o Escritório Econômico e Comercial em São Paulo da Embaixada da República Árabe do Egito no Brasil.
Nesta segunda-feira (28), Taha foi recebido na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira pelo presidente da instituição, William Adib Dib Junior, pelo vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral, Mohamad Mourad, e pela diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar. Foi a primeira visita oficial realizada pelo cônsul no novo posto, após a qual ele falou à reportagem da ANBA sobre seus planos na liderança do escritório.
Taha, que iniciou o trabalho em São Paulo no dia 16 de abril, afirma que chegou para trabalhar principalmente com três setores, que são o agrícola, o de alimentos industrializados e o de produtos químicos. Ele, porém, já começa a detectar também outras áreas com potencial para serem desenvolvidas, como a criação de uma linha marítima direta para transporte de cargas entre Brasil e Egito e o turismo.
O cônsul afirma que seu principal objetivo é estreitar as relações comerciais e econômicas entre Brasil e Egito e eliminar todos os obstáculos nesse caminho. “Transmitir ao empresário egípcio a potencialidade da economia brasileira e ajudar o empresário e investidor brasileiro a conhecerem melhor o Egito”, afirmou ele para a ANBA. O diplomata deixa claro que os planos incluem fomentar o comércio e os investimentos nas duas vias.
Sobre a linha marítima direta, em seu trabalho prévio, na China, Taha percebeu a importância da existência da conexão para o comércio do país com o Egito. “É lamentável que o intercâmbio chegue a US$ 4 bilhões e não haja essa linha direta”, afirma, sobre Brasil e Egito. Ele acredita que uma rota assim beneficiaria não apenas as trocas comerciais entre os dois países, mas de Oriente Médio com América Latina.
Sobre o fomento ao turismo pelo qual tem nos planos trabalhar, Taha afirma que o Brasil tem muitos lugares turísticos que os egípcios desconhecem. Ele vê como empecilho para essa aproximação turística a distância que há entre os países, mas afirma que a Embaixada do Egito no Brasil está trabalhando por uma conexão aérea direta.
Apesar de já ter tido uma percepção de por onde as relações econômicas e comerciais do Brasil com o Egito podem crescer, o diplomata se mostra aberto a descobrir outros setores a explorar e afirma que conta com a Câmara Árabe, que já conhece bem o Brasil, para apontar demais oportunidades para que sejam trabalhadas em conjunto.
Na reunião com os dirigentes da entidade, Taha conheceu as diferentes frentes na qual a instituição atua, desde a plataforma Ellos Easy Trade, que digitalizou o processo de comércio exterior entre o Brasil e os países árabes; a consultoria internacional oferecida para as empresas; a organização de missões para exploração de negócios de uma região na outra, entre outras atividades.
Entre demais assuntos, o cônsul falou aos dirigentes da Câmara Árabe sobre a vontade de ter empresas brasileiras instaladas na Zona Econômica do Canal de Suez e de aumentar o número de missões brasileiras entre os dois países. Mourad sugeriu a realização de uma apresentação da zona econômica para as empresas brasileiras, conforme uma conversa já iniciada com dirigentes do Canal de Suez.
O cônsul e as lideranças da Câmara Árabe começaram a se articular para apoio e trabalho conjunto em várias direções, entre elas a participação de empresas do Egito em feiras brasileiras. Dib falou do trabalho da Câmara Árabe para a exposição de marcas árabes na Apas Show, feira supermercadista cuja próxima edição acontece em maio na capital paulista, e das oportunidades para empresas árabes como expositoras da Anuga no Brasil, que neste ano ocorreu em abril e deve contar com nova participação árabe em 2026.
Islam A. Taha
Antes de assumir o cargo no Brasil, Taha trabalhou como primeiro secretário no Escritório Comercial do Egito em Pequim, na China, e antes, até 2012, foi por três anos o terceiro secretário da Embaixada do Egito em Damasco, na Síria. O diplomata disse para a ANBA que ao chegar ao Brasil não tinha um conhecimento muito amplo sobre o País e que se deparou com um estado muito moderno e um povo amigo.
Da reunião na Câmara Árabe participaram também a secretária do Escritório Econômico e Comercial em São Paulo da Embaixada da República Árabe do Egito no Brasil, Milla Brandão, e o tradutor da Câmara Árabe, Saleh Haidar Hassan.
Fonte: ANBA