O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, notificou nesta quarta-feira (8) o Congresso norte-americano de que pretende designar o Brasil um aliado prioritário extra-Otan.
“Estou tomando essa medida para reconhecer o recente comprometimento do Brasil em aumentar a cooperação militar com os Estados Unidos, e em reconhecimento do nosso próprio interesse nacional em intensificar nossa coordenação militar com o Brasil”, disse Trump em comunicado.
Trump já havia informado que tinha intenção de colocar o Brasil como um aliado preferencial extra-Otan durante a reunião com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, em Washington.
Na ocasião, o norte-americano também disse que pretendia colocar o Brasil como membro efetivo da aliança militar. Entretanto, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, negou que isso seja possível.
Caso a declaração se confirme, o Brasil entra no rol de países como Israel, Austrália e Argentina – o único sul-americano a integrar a lista.
O que é um aliado prioritário extra-Otan?
Ser um aliado prioritário extra-Otan aproxima militarmente o Brasil dos Estados Unidos. Ao entrar nessa classificação, o Brasil consegue:
Tornar-se comprador preferencial de equipamentos e tecnologia militares dos EUA;
Participar de leilões organizados pelo Pentágono para vender produtos militares;
Ganhar prioridade para promover treinamentos militares com as Forças Armadas norte-americanas.
Essa declaração é unilateral, ou seja, os Estados Unidos não precisam de aprovação de nenhum outro país para colocar o Brasil na lista. Também não há nenhum vínculo com a Otan: é uma classificação independente do bloco.
O que é a Otan?
A Otan – sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte – foi fundada em 1949, logo no início da Guerra Fria, como um pacto militar dos países alinhados com os Estados Unidos. Após o esfacelamento da União Soviética em 1991, algumas nações que antes faziam parte do bloco comunista – como Polônia e Hungria – passaram a integrar a organização.
Um dos princípios da organização, hoje com 29 países, garante aos integrantes o princípio de defesa coletiva. Ou seja: um eventual ataque a um ou mais países-membros do grupo será encarado como uma agressão a todos os demais integrantes.