O problema do Chipre, que está dividido em dois desde 1974, fracassaram, anunciou esta quinta-feira (29) o secretário-geral da ONU, explicando que as posições entre cipriotas gregos e cipriotas turcos são demasiado diferentes.
“A verdade é que, no final dos nossos esforços, ainda não encontrámos pontos em comum suficientes para permitir a retoma das negociações formais em relação à solução do problema de Chipre”, afirmou António Guterres em conferência de imprensa realizada em Genebra.
O secretário-geral das Nações Unidas garantiu, no entanto, que não desistiu da questão e disse esperar retomar as discussões daqui a dois ou três meses. “Se é impossível resolver a quadratura do círculo na geometria, na política é muito comum”, referiu.
O secretário-geral, que liderou as negociações informais iniciadas em Genebra na terça-feira, lembrou as posições dos dois partidos. Enquanto os cipriotas gregos continuam a apoiar a solução da reunificação da ilha na forma de um Estado federal, o Presidente da República Turca do Norte de Chipre (TRNC) propôs, na quarta-feira, que o Conselho de Segurança das Nações Unidas reconheça dois Estados independentes e iguais na ilha mediterrânea dividida entre as comunidades turcas e gregas.
O Chipre está dividido desde a invasão em 1974 da secção norte pelo exército turco, em reação a uma tentativa de golpe de para aliar a ilha à Grécia. A República Turca do Norte de Chipre (TRNC) só é reconhecida por Ancara.
O objetivo das reuniões informais que decorrem desde segunda-feira era “determinar se há um terreno comum para as partes negociarem uma solução duradoura para a questão de Chipre no futuro previsível”, referiu o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stephane Dujarric, no início das negociações.
As conversas decorreram quatro anos após o fracasso das discussões em Crans-Montana, uma famosa estação de esqui suíça, e juntaram os dois líderes cipriotas e os chefes das delegações dos três países envolvidos na segurança da ilha desde a sua independência, em 1960: Turquia, Grécia e Reino Unido. Presente no Chipre desde 1964 devido à violência intercomunitária, a ONU herdou a vigilância de uma zona tampão após a divisão do território.