O governo do Paquistão considera a data de 27 de outubro como o Dia Negro da Caxemira, ocasião em que volta a condenar a tomada da área pela índia. A Caxemira está localiza ao norte do subcontinente indiano, hoje dividida entre a Índia e o Paquistão. A data de hoje (27), de acordo com mensagem divulgada pelo Primeiro-Ministro paquistanês, Imran Hkan, lembra quando as forças indianas desembarcaram em Srinagar para ocupar o território à força e subjugar os povos de Jammu e Caxemira há 73 anos. Em Brasília, membros da comunidade paquistanesa promoveram manifesto pela paz na região.
“A ocupação ilegal de partes de Jammu e Caxemira pela índia representa uma disputa internacional cuja solução está firmemente ancorada em Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de acordo com a Carta da ONU”, diz a mensagem do Primeiro-Ministro. Segundo Imran Hkan, a comunidade internacional testemunha que o terrorismo, assassinatos extrajudiciais de caxemires inocentes, restrições sem precedentes à liberdade de expressão, tortura e mortes sob custódia, destruição e queima de casas “para infligir punição coletiva” a esta população.
“O Paquistão exorta a comunidade internacional a tomar medidas práticas para impedir a Índia de usar o terrorismo de estado como ferramenta para desestabilizar a região e trabalhar para uma resolução pacífica da disputa de Jammu e Caxemira, de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança e aspiração do povo caxemire. Esta é a única maneira de garantir a pas e a estabilidade duradoura no Sul da Ásia”, diz a mensagem do Primeiro-Ministro Hkan.
Escolha – Em Brasília, o General de Brigada Muhammad Ahsan, adido militar da Embaixada do Paquistão, em almoço com jornalistas nesta segunda-feira (26), disse que os caxemires “têm o direito de decidir o destino deles”. A seu ver, essa população está sendo desrespeitada e sofrendo abusos contra os direitos humanos. “Este ano, por mais de oito mil vezes, os indianos violaram fronteiras, atacaram o povo do Paquistão. Um avião foi abatido em território paquistanês”, disse Ahsan. Segundo ele, “a Índia não está interessada em resolver a situação, em cumprir as decisões de dois relatórios da Comissão de Direitos Humanos”.
“As decisões da ONU são claras; é preciso realizar um plebiscito para saber a decisão dos caxemires, se é se tornarem independentes, fazer parte da Índia ou do Paquistão”, explica o adido militar. A seu ver, trata-se de uma questão global que muda a geografia da região e não um assunto interno da Índia. Segundo Ahsan, os Estados Unidos poderiam fazer muito pela paz naquela área. “Basta Trump dizer stop e será ouvido”.
O conselheiro da embaixada paquistanesa, Azeem Ullah Cheema, afirmou que o governo do Paquistão exige o direito da Caxemira de escolher seu próprio governo e cumprimento de resolução das Nações Unidas para a solução do conflito na região de Jammu e Caxemira.
Manifestação – Cerca de cinquenta paquistaneses que vivem em Brasília foi à esplanada dos ministérios para protestar contra a violência em Jammu e na Caxemira. Com faixas e gritos de ordem pediam a paz para aquela região, como ainda apoio da comunidade internacional para a resolução do conflito que já causou milhares de mortes.