Embaixadora Mateja Kracun celebrou as datas com degustação de mel, noções de apicultura e com debate sobre preservação ambiental no evento “Abelhas que Unem”.
A sede diplomática eslovena e Brasília recebeu, no dia 19, apicultores, especialistas governamentais e de organismos internacionais, pesquisadores e representantes de ONGs para apresentar boas práticas pela promoção e preservação das abelhas e da apicultura como atividade sustentável e garantidora da segurança alimentar. A ligação da Eslovênia com as abelhas é histórica, pois foi o esloveno Anton Janša, que desenvolveu no século 18 as técnicas modernas de apicultura.
Em seu discurso, a embaixadora Mateja Kracun explicou que é importante promover a cooperação internacional em ações de proteção às abelhas e outros insetos polinizadores, como meio de estimular a preservação ambiental.
Kracun disse estar muito orgulhosa de seu país com a iniciativa do Dia Mundial da Abelha, que “tem contribuído significativamente para conscientizar sobre a importância das abelhas e outros polinizadores e promover a cooperação internacional para protegê-los”.
Segundo a diplomata, milhares de iniciativas têm sido realizadas mundo afora desde 2018 em apoio à atividades de proteção e conservação de polinizadores que ajudam a restaurar o ecossistema e empoderar comunidades vulneráveis. Kracun ressaltou que “desde 2019, a Eslovênia tem promovido milhares de eventos para a conscientização da importância do tema” e reafirmou que as abelhas são importantes para o ecossistema mundial e garantem a produção alimentar.
O Projeto de cooperação da Eslovênia em parceria com o Instituto Peabiru em Belém do Pará em uma comunidade quilombola auxilia famílias e mulheres da comunidade que estão recebendo treinamento para auxiliar no processo de polinização nas florestas. “Apiários estão sendo construídos durante este mês e logo as primeiras famílias de abelhas estarão os habitando. A primeira remessa de mel será daqui a seis meses e isso irá gerar uma renda extra para a comunidade”, contou a embaixadora.
Kracun prosseguiu reforçando que não se pode destacar o suficiente a relevância dos polinizadores. “Eles são a chave para a saúde do ecossistema global e cerca de 90% das plantas dependem destes seres para sua reprodução. Eles são ainda aliados chave na maioria dos desafios globais e para a segurança alimentar”, relatou.
A embaixadora eslovena falou também sobre o Dia da Alimentação celebrado há alguns dias, sublinhando a importância em alinhar os sistemas alimentares com clima e biodiversidade para promover o equilíbrio do planeta. “A crise climática está piorando a cada dia e afetando a todos nós. Precisamos agir e mitigar essas mudanças, assim como implementar mudanças a nível global e regional”, fez o apelo. Durante o evento, a apicultora brasiliense Maria Aparecida da Silva e a professora Gabriela Vieira, do Instituto Federal de Brasília, campus Recanto das Emas, também falou sobre a importância das abelhas a apicultora brasiliense.
A polinização feita pelas abelhas e outros insetos é um processo crucial para a sobrevivência dos ecossistemas e quase 90% de todas as espécies selvagens de flores e outras plantas dependem totalmente, ou em parte, da polinização animal ao lado de mais de 75% de todas as plantações de alimentos do mundo, além de 35% da terra agricultável do planeta. Nos últimos anos, diferentes entidades têm alertado sobre a drástica diminuição das abelhas, mortas por pesticidas. Se o mundo ficar sem abelhas, muitas frutas e vegetais não seriam mais polinizados e, importante, não estariam mais disponíveis.
Entre os palestrantes, estiveram: Maria Aparecida da Silva, apicultora; Gabriela Vieira, da IFB Campus Recanto das Emas; Ceres Belchior, representante do Departamento de conservação e uso sustentável da Biodiversidade no MMA; Ana Lúcia Delgado Assad, Diretora Executiva do A.B.E.L.H.A; Caio Domingues, Pesquisador e apicultor brasileiro na Eslovênia; Gabrijel Polajnar, apicultor esloveno no Brasil; Matej Kebrič da Beeconn; Marcello Broggio da FAO e Homógenes Sá de Oliveira do Instituto Peabiru.
Na ocasião, ocorreu a plantação simbólica de uma árvore melíferas no jardim da Embaixada em Brasília, seguida de um coquetel para os convidados com degustação de mel.