A data conta com uma série de eventos no Brasil, e além de celebrar a integração entre os povos, debate os desafios vividos por essas pessoas no Brasil
Raquel Pires
Desde 2001, o Dia Mundial do Refugiado é celebrado no dia 20 de junho, de acordo com resolução aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Os refugiados são pessoas que deixam seus países fugindo de perseguição, conflito ou violência. As situações enfrentadas por esses indivíduos são muito perigosas e vem se tornando cada vez mais frequentes no mundo, especialmente no Oriente Médio. Dessa forma, eles decidem cruzar as fronteiras de seu país e fazer de outro local seu lar.
Hoje existem cerca de 68,5 milhões de pessoas fora de seus países de origem, vítimas de conflitos, perseguição, violência e desastres naturais. No Dia Mundial do Refugiado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) reafirma que a solidariedade e disposição em ajudar essas pessoas devem ser uma responsabilidade global e compartilhada.
O Papa Francisco se pronunciou hoje em relação ao Dia do Refugiado, em sua conta do Twitter. Ele pediu que o medo não impeça as pessoas de acolherem as pessoas que precisam. “Encontramos Jesus no pobre, no rejeitado, no refugiado. Não deixemos que o medo nos impeça de acolher o próximo necessitado! #WithRefugees”.
Apenas no Brasil, o CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados), reconheceu até o final de 2017, um total de 10.145 refugiados. Eles estão espalhados pelo Brasil, sendo que desses, 5.134 continuam no país na condição de refugiado. 52% moram em São Paulo, 17% no Rio de Janeiro e 8% no Paraná.
O Paraná, inclusive, foi o primeiro Estado do Brasil a criar um Conselho Estadual dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas do Paraná, que integra a estrutura da Secretaria de Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos. O país que mais possui refugiados no Brasil é a Síria. Eles representam 35% da população refugiada com registro ativo no Brasil.
Para celebrar a data e a força dessas pessoas que saíram de seus lares em busca de uma vida melhor e com paz, o Acnur e entidades parceiras organizaram uma agenda de eventos culturais e gastronômicos, mostras de cinema, debates e exposições fotográficas no Brasil. As atividades serão realizadas em Boa Vista, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Manaus, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo.
A programação começou no início da semana, no dia 17 e irá se estender até o final do mês. Entre um dos eventos que acontece, estão a exposição “No Fluxo – Reflexos da Migração e Refúgio de Mulheres no Brasil”. A mostra acontece em Brasília, na entrada da estação Central do metrô até 29 de junho, e no Salão Negro do Ministério da Justiça, de 25 a 29/06.
A mostra de cinema “Olhares sobre o Refúgio”, que apresentará uma série e filmes e documentários sobre a temática, também percorre o país, sendo exibido em Boa Vista, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Manaus, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Todas as sessões têm entrada franca. E para quem é ligado em gastronomia, estarão disponíveis os festivais MigrArte (em Brasília), Rio Refugia (no Rio de Janeiro) e Festa Cultual do Migrante (em Manaus), todos no dia 23/06 e com entrada franca.
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