A comissária europeia do Interior, a sueca Ylva Johansson, considerou hoje (18), por ocasião do Dia Internacional dos Migrantes, que a migração é “uma solução” e não “um problema”.
“As pessoas vêm para aqui para viver, trabalhar, amar. Os factos mostram que a migração funciona. A migração é uma solução, não um problema. O que precisamos é gerir melhor a migração juntos”, defendeu a comissária europeia, em artigo publicado no seu blogue, citado pela agência EFE.
Johansson reconheceu, no entanto, que a migração “de forma irregular e perigosa” é “um problema”. “Instrumentalizar e atrair pessoas para entrar na União Europeia de forma irregular é um problema. Mas as próprias pessoas que são atraídas não o são. O movimento secundário de migrantes que se deslocam irregularmente de um Estado-membro para outro é um problema. Mas as pessoas que fazem isso não são”, relatou.
A comissária europeia argumentou ainda que as barreiras à integração dos migrantes “são um problema, mas as pessoas que as enfrentam não”. “A migração é normal. Sempre esteve aqui. Sempre estará aqui. As pessoas movem-se. Muda-se por trabalho, por amor, para reunir famílias e, às vezes, para fugir do risco de vida e de liberdade”, acentuou.
Johansson referiu a propósito que a migração para a UE “também é normal” e recordou que, em 2020, foram emitidos cerca de 2,25 milhões de primeiras autorizações de residência no seio da comunidade europeia, contra quase três milhões em 2019. “Sem a migração, a população europeia teria sido reduzida em meio milhão de pessoas”, estimou.
Ylva Johansson assinalou que o Dia Internacional dos Migrantes celebra as contribuições dessas pessoas para a cultura, sociedades, economia e futuro do continente europeu. “Temos que melhorar a gestão da migração. Temos que `europeizar´ a nossa política de imigração. Devíamos começar por reconhecer em toda a Europa que as próprias pessoas não são o problema. Os migrantes são seres humanos como todos nós”, afirmou.
Já o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, exortou no twitter a “repelir a extrema-direita que tenta desumanizar os migrantes que procuram uma vida melhor para as suas famílias”. “A migração enriqueceu as nossas sociedades. Ela moldou a nossa cultura, idiomas e gerou milhões de novos amigos e relacionamentos”, enalteceu.