O número de mortos na região de Jammu e Caxemira em função de conflito com a Índia já chega a cerca de 100 mil pessoas desde 1989, outras 25 mil pessoas estão desaparecidas. Esta foi a situação apresentada nessa quarta-feira(05), pelo diplomata paquistanês, em coletiva à imprensa na sede da embaixada, no Lago Sul, em Brasília. Us Saqib informou ainda que gangues de estupradores agem na Caxemira cometendo crimes violentos contra as mulheres e muitas crianças também estão desaparecendo.
“Mais uma vez, chamamos a atenção da comunidade internacional, incluindo o Conselho de Segurança das Nações Unidas, a ajudar a resolvera disputa da Caxemira, de acordo com as resoluções do CSNU e as aspirações do povo da Caxemira”, explicou Us Saqib. Segundo o embaixador, o governo indiano impôs toque de recolher à população que está confinada desde 05 de agosto de 2019 e cortou as comunicações com o intuito de mudar a demografia da região. “É uma das piores crises de direitos humanos do século XXI”, declarou o diplomata.
O Embaixador também reiterou o apoio diplomático, moral e político do Paquistão às pessoas oprimidas de Jammu e Caxemira e garantiu que a campanha em andamento para destacar a disputada Caxemira em todos os fóruns continuaria até que uma solução justa da disputa seja alcançada. “Imagina uma população de mais de 8 milhões de pessoas sem acesso à comunicação, educação e hospital? Isso foi feito para que a população não possa se expressar para o mundo”, disse Us Saqib.
Ação ilegal – Durante a coletiva, o Adido de Defesa o General de Brigada Muhammad Yousaf e o primeiro secretário, Sr. Azeem Ullah Cheema, ambos da embaixada do Paquistão, elogiaram a bravura do povo da Caxemira ocupada em face da contínua repressão Índiana. De acordo com o general Yousaf, que já serviu na região, ”a Índia transformou 8 milhões de pessoas de Jammu e Caxemira em uma prisão em massa, com a implantação de 900.000 forças de segurança Indianas”. Os dois consideram “ilegal” a presença das Forças de Ocupação na região.
O primeiro-ministro indiano Narendra Modi e representantes do seu partido Bharatiya Janata (BJP) alegaram que “a medida era necessária para combater o terrorismo e para a integração da Caxemira ao resto da Índia, a fim de revitalizar a região e impulsionar o crescimento econômico”.
História – Após a independência da Índia do Império Britânico, em 1947, ficou acertado que o país seria dividido entre as maiorias hindus e muçulmanas, com estes últimos formando o Paquistão. A região da Caxemira é majoritariamente muçulmana e resolução do Conselho de Segurança da ONU (Nações Unidas) pede plebiscito para que a população decida o seu futuro. “Há mais de 70 anos, a população espera por esse plebiscito”, lembrou o embaixador Us Saqib.
As tensões entre os rivais históricos aumentaram significativamente em agosto passado, depois que Nova Deli revogou a autonomia de décadas da parte da Caxemira que controla e reorganizou a região.
Índia e Paquistão travaram três grandes guerras e vários conflitos armados menores entre si desde que os dois países conquistaram a independência do Reino Unido no final da década de 1940. Eles estiveram perto de uma guerra aberta em fevereiro passado, quando os dois lados se envolveram em bombardeios transfronteiriços e combate aéreo, no qual um piloto da Força Aérea indiana foi abatido. Mais tarde, o Paquistão o devolveu à Índia.