Música, dança, culinária,….Cuba tem um dia especial para lembrar sua tradições
Súsan Faria
Em 20 de outubro de 1868, dez dias depois do início da luta dos cubanos pela independência da Espanha, foi cantado pela primeira vez publicamente o Hino da cidade de Bayamo, que se tornou o Hino Nacional Cubano. A data passou a ser comemorada como o Dia da Cultura cubana. Em Brasília, a data foi festejada no Clube Cota Mil, no Setor de Clubes Sul, no último sábado (20). Houve discurso e degustação de comida ao som da música daquele país. O evento, promovido pela embaixada cubana, foi prestigiado por embaixadores, diplomatas, entre outros convidados. A animação coube ao grupo musical “Sabor de Cuba”, formado por músicos e cantores de Cuba e do Brasil.
O embaixador Rolando Antonio Gómez González destacou que a cultura cubana é independente, antiescravista e anti-imperialista. “Nossa cultura tem a ver com nosso modo de vida, nossa maneira de pensar e atual e a demonstração mais legítima do que fomos, somos e seremos criadores de valores e de ética”, comentou. Na opinião do embaixador, a cultura é concebida como expressão da criação artística e literária, mas tem a ver tanto quanto à espiritualidade quanto ao modo de desenvolvimento de um país, tornando-se um instrumento essencial de coesão social.
Segundo o diplomata, Cuba aperfeiçoa seu modelo de desenvolvimento econômico e social para construir uma nação soberana, independente e dignidade plena. Deu números hoje do país: taxa de mortalidade infantil de 4,0 por cada mil nascidos vivos; eliminação da morte materna por diabetes; a cobertura de imunização é superior a 98% para crianças com 11 vacinas que as protegem contra 13 enfermidades; e 55% do orçamento do Estado destinam-se às áreas sociais; e o ensino superior é gratuito. Segundo o embaixador, são 700 mil estudantes em mais de 10.600 centros educacionais do país, onde vivem 11 milhões de habitantes.
Rolando Antonio também falou sobre bloqueios por quase seis décadas que seu país sofre. “As novas sanções do governo Trump têm provocado uma diminuição sensível das visitas a Cuba, criando obstáculos a relações econômicas e comerciais de empresas cubanas com potenciais sócios norte-americanos e de outros países, medidas que afetam a nossa economia estatal e não estatal”, afirmou.
A seu ver, se intensificaram as perseguições às transações financeiras cubanas e às operações bancárias e creditícias com Cuba em escala global. “Durante 2018, dezenas de bancos em todas as regiões do mundo decidiram fechar suas relações com empresas cubanas”, explicou. Contudo, o embaixador também destacou que os danos, as carências e sofrimentos causados pela política de bloqueio ao povo cubano não impediram a igualdade de oportunidades, a equidade na distribuição da riqueza e a justiça social no país.
Guerra dos Dez Anos ou Guerra de Independência – Esse mês, os cubanos comemoram ainda a autonomia cubana. O conflito começou em 10 de outubro de 1868, quando o empresário Carlos Manuel de Céspedes e seus seguidores declararam a independência do país, então colônia da Espanha. Durou dez anos e foi o primeiro de três conflitos que visavam a secessão cubana do império espanhol, sendo seguida pela Pequena Guerra (1879–1880) e pela Guerra de Independência Cubana (1895–1898). A Guerra dos Dez anos, finalizada no ano de 1878, fez aumentar a animosidade do povo cubano para com os espanhóis. Teve 300 mil rebeldes e civis mortos.