Durante a comemoração, a cooperação entre Brasil e Finlândia foi citada pelo embaixador do país
Raquel Pires
Fotos: Eliane Loin
No dia 04 de dezembro, o embaixador da Finlândia Jouko Leinonen recebeu seus convidados na sede da embaixada, em Brasília, para celebrar a independência do país. A comemoração foi antecipada e o dia é comemorado no dia 06 de dezembro. A data marca a conquista da soberania diante dos russos. O evento contou com a presença de membros do corpo diplomático, jornalistas, finlandeses e amigos.
O embaixador enalteceu o Brasil e falou sobre a sua volta ao país, há três meses. Leinonen já havia estado aqui como diplomata. “Depois de 14 anos tive o grande prazer e sorte de ser mandado de novo para o Brasil e representar o meu país aqui como diplomata. Todos me perguntam: como mudou o Brasil em 15 anos? Respondo que mudou muito! E ficou ainda melhor! Comparado com o início dos anos 2000 o Brasil avançou muito no nível econômico e social e já tomou seu lugar entre as maiores nações do mundo”.
A relação com o Brasil também não ficou de fora no discurso do embaixador, que elogiou e comentou o crescimento das relações entre os dois países. “As relações entre a Finlândia e o Brasil também cresceram muito, estão muito mais amplas. Houve um fluxo constante de ministros finlandeses aqui no Brasil e até dois presidentes do Brasil já visitaram a Finlândia”.
As parcerias fino-brasileiras estão em diversas áreas, como telecomunicações, energias limpas e industrias florestais. Conforme pontuou o embaixador, a Finlândia permanece um grande comprador de café, minerais e aviões do Brasil, e a ideia é ampliar essas cooperações e atingir novas. Prova disso, segundo Jouko Leinonen é “o resultado entre nossos contatos é que temos já quase 60 empresas finlandesas instaladas nesse pais de muitas oportunidades”.
Em 2019 será celebrado o centenário das relações entre o Brasil e a Finlândia, além dos 90 anos da colônia finlandesa em Penedo, no estado do Rio de Janeiro, que virou o centro cívico das relações entre ambos os países. “Foi quase uma lei natural que os finlandeses escolhessem o município mais frio do Brasil para se instalar”, comentou o embaixador.
História – Após a Revolução de fevereiro, que inaugurou a primeira fase da Revolução Russa e fez com que o czar Nicolau II abdicasse do trono, a posição da Finlândia como parte da Rússia passou a ser questionada, principalmente pelos democratas sociais. Uma vez que o chefe de estado era o czar russo, não ficava claro quem era o chefe executivo após a revolução. Assim, os democratas assinaram o chamado “Power Law”, que daria autoridade máxima ao parlamento.
No entanto, o governo russo não aprovou, e dissolveu o parlamento pela força, o que foi considerado ilegal pelos democratas, uma vez que grande parte da influência russa sobre a Finlândia foi finalizada pelo Power Law.
Novas eleições foram realizadas e o partido de direita saiu-se vencedor, ele era o principal inimigo político dos democratas. O partido derrotado se recusou a aceitar o resultado e ainda alegou que a dissolução de parlamento foi extralegal. Os dois partidos, quase igualmente poderosos, tornaram-se altamente antagonizados.
A revolução russa de outubro, ou seja, a segunda fase da Revolução Russa de 1917 iniciada com a insurreição dos Bolcheviques, liderados por Vladimir Lenin, mudou o jogo novamente. O partido de direita reconsiderou a sua decisão de bloquear a transferência do poder executivo russo para a Finlândia, já que radicais russos haviam tomado o poder na Rússia após a queda do czar Nicolau II. Ao invés de continuar vinculando o “Power Law”, o partido declarou a independência do país em 6 de dezembro de 1917.