Os 42 anos de independência do Zimbábue um almoço foi celebrado com um almoço na sede diplomática do país, no Lago Sul, no dia 19 de abril. O evento foi também uma celebração das relações bilaterais com o Brasil. “‘Ao nos reunirmos aqui hoje, desejo expressar nossa satisfação com o nível de relações bilaterais que felizmente existem entre a República do Zimbábue e a República Federativa do Brasil, desde o estabelecimento das relações diplomáticas em 1980”, discursou o encarregado de negócios do Zimbábue Kossam Mupezzen. O diplomata recebeu cerca de cem convidados entre embaixadores africanos, membros do Itamaraty, jornalistas e amigos do Zimbábue.
Segundo Kossam Mupezzen, essa excelente relação se manifestou ainda mais forte evidenciadas “pelos projetos de cooperação técnica que estamos implementando conjuntamente no setor agrícola, com foco no desenvolvimento e melhoramento da pecuária e pastagens e na produtividade do algodão”. Em seu discurso, Kossam Mupezzen informou que há apenas duas semanas, uma missão técnica brasileira esteve no Zimbábue e mais missões estão planejadas para daqui a algumas semanas, incluindo uma que se concentrará na produção de flores para exportação.
Com o mesmo objetivo, uma missão técnica recíproca chegará em breve ao Brasil a partir do Zimbábue. Mupezzen lembrou que o Zimbábue é um grande exportador de flores, com uma indústria sofisticada que se estende até a Europa através do Aeroporto Schipol na Holanda, além de outros produtos agrícolas que exportam para o resto do mundo. O diplomata destacou o trabalho que as universidades brasileiras e instituições de pesquisa como a EMBRAPA estão realizando para aprofundar nossa cooperação bilateral, por meio da excelente coordenação da Agência Brasileira de Cooperação. “Tirando lições desse nível de cooperação, estamos confiantes de que podemos fazer mais nas áreas de comércio, investimento e turismo para benefício mútuo”, discursou.
Além disso, há um leque de possibilidades de cooperação entre Brasil e Zimbawe. O projeto em andamento para fortalecer o setor pecuário, por exemplo, melhorará a produção de carne bovina no Zimbábue. Uma unidade técnica para esse projeto foi criada no Instituto de Pesquisas em Pastagens em 2020, com o apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC). A ABC e seus parceiros nos dois países estão realizando um projeto para o desenvolvimento da cadeia produtiva do setor algodoeiro. Recentemente, em novembro de 2021, uma unidade técnica foi instalada no Cotton Research Institute no Zimbábue.
De acordo com o encarregado de negócios do país, grandes avanços foram registrados ainda nos principais setores econômicos do país, como agricultura, mineração, manufatura, energia, comunicação, turismo e serviços. “Esses setores estão ancorados em robustas políticas e programas econômicos que buscam acelerar o desenvolvimento nacional e a modernização”, explicou.
Segundo o diplomata, a economia tem crescido constantemente, apesar da seca recorrente no país, devido às mudanças climáticas. Em 2021, a economia de Zimbábue registrou um crescimento de 7,4%. “Estava pronto para acelerar o ritmo, não fosse a seca que nos revisitou novamente durante esta temporada atual, agravada pela pandemia de coronavírus”, disse.
O chefe da Divisão da África Austral do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Roberto Salone, também fez discurso durante o almoço na embaixada de Zimbábue em Brasília. Disse que há 42 anos, o Brasil e Zimbábue estabeleceram relações diplomáticas, muitos fatos aconteceram, mas a vontade do Brasil de fortalecer seus laços com o país continua tão genuína como em 1980. “Ambos países mudaram. Cada um deles superou desafios. Nossas instituições se tornaram mais sólidas, assim como nossas relações bilaterais”, comentou. Salone lembrou que cinquenta por cento da população brasileira reconhece sua origem africana. “O Brasil abriga a maior comunidade africana fora da África”, lembrou o diplomata.