| Oda Paula Fernandes
A embaixada da Coréia do Sul em Brasília sediou, nesta terça-feira (22), um jantar comemorativo pelo aniversário de 4.350 anos e a independência daquele país, celebrado no dia 15 de agosto. Na residência oficial, o embaixador Jeong-gwan Lee falou das tradições e da história de lutas daquele povo.
O diplomata sul-coreano fez declarações da importância de aquela nação se manter soberana e preservar a cultura como a gastronomia, a dança, a música, a política democrática e a economia crescente.
Os convidados se encantaram com a performance do Chicago Korean Dance Company que deu uma mostra lindíssima das danças tradicionais coreana. Uma exposição de fotos também fez parte da decoração da festa.
O embaixador Lee, ao dar boas vindas, lembrou que durante esses longos anos de história, o povo coreano soube proteger o país de inúmeros conflitos e invasões porque passou. Mas no início do século XX, a Coréia não escapou de seu predador, a perversa soberania diante de uma onda imperialista. “Somente em 15 de agosto de 1945, juntamente com o fim da Segunda Guerra mundial, a Coréia livrou-se de seus 35 anos de colonização recuperando a sua independência”, disse.
A Coreia do Sul ocupa o ranking de sexto lugar na concentração de pesquisadores, conseguiu um dos maiores resultados mundiais em valor agregado na manufatura – bem como na medida em que levam em conta as matrículas em níveis mais altos de educação e a concentração de graduados em ciência e engenharia. No quesito produtividade, o país ficou na 39ª colocação, mas levou a medalha de prata no quesito investimento em pesquisa e desenvolvimento, densidade de empresas high-tech, além de atividades de patentes.
Para alcançar tamanha expressão mundial, após a Península coreana ter se tornado objeto de sacrifício da Guerra Fria que a dividiu em Sul e Norte foram necessários seis décadas para recuperação. “Três anos de guerra interna transformou todo o território coreano em uma grande ruína. Sessenta anos após essa guerra, a Coréia do Sul conseguiu alcançar um extraordinário crescimento, mas como todos devem saber, passamos a viver uma situação onde não há um momento em que possamos deixar de lado a tensão causada pelo regime Norte Coreano”, lamentou o embaixador coreano.
Provavelmente, neste último século, a Coréia tenha sido um dos países que mais passou por provações cruéis e situações adversas, mas por um lado, exatamente de ter seu legado de superar seu ambiente de dificuldades, posso afirmar: a Coréia se tornou um país mais fortalecido, por outro lado, se temos a experiência da Coréia de ter tornado real a premissa de transformar a crise e as adversidades em oportunidades, penso que nesse mesmo sentido está acontecendo atualmente aqui, no Brasil.
Ainda não foram totalmente resolvidas as dificuldades geradas ao longo de anos de crise política e econômica, mas Lee disse acreditar que todos concordam com o fato de que o amadurecimento da democracia, realizada pela promoção, transparência política e o melhoramento da estrutura econômica pautada em justiça de todo o sistema, está levando o Brasil a dar um grande salto para um patamar superior.
Para o diplomata, a Coréia e Brasil são muito diferentes em quase todos os aspectos incluindo as condições geográficas dos dois países, mas, segundo ele, ambos se aproximam por compartilharem igualmente do que ele denomina por ‘valorosa’ a experiência de transformar adversidades em oportunidades. “Isso é um aspecto que me deixa muito satisfeito. Desde sempre, e continuamente, a Coréia e seu povo deseja contribuir para o Brasil de modo significativo, no seu processo de construção de um brilhante futuro”, declarou Lee.
“A Coréia, em toda a sua história manteve a tradição de sempre criar força e energia para superar tempos difíceis, saboreando uma boa comida e se divertindo através da musica e dança. Assim, hoje preparamos alguns pratos que representam a culinária coreana e uma performance de dança tipicamente coreana”, disse o embaixador, na abertura do evento que contou com a presença de autoridades do Brasil, amigos, diplomatas nacionais e estrangeiros e imprensa.