Milhares de pessoas protestaram neste domingo (11), em vilarejos e cidades em toda a ilha, pela 1ªvez em mais de 60 anos, gritando ‘liberdade’ e ‘abaixo a ditadura’. O governo cubano atribui a situação econômica ao embargo dos EUA. Os protestos começaram na cidade de San Antonio de los Baños, no sudoeste de Havana, e desde então se espalharam por todo o país.
As manifestações foram duramente reprimidas, de acordo com vários vídeos e relatos nas redes sociais, são um evento extremamente incomum em uma ilha onde a oposição ao governo não é permitida. Cuba enfrenta um cenário sem precedentes.
Adotando tom combativo, o presidente Miguel Díaz-Canel culpa os EUA e convoca ‘revolucionários’ a irem às ruas em defesa do governo, em meio ao agravamento da pandemia de Covid-19 na ilha, meses de restrições e o que afirmam ser negligência das autoridades. Ele compareceu à TV pública cubana, de onde se dirigiu ao povo. Durante suas declarações, o Chefe de Estado denunciou a participação do governo dos Estados Unidos nas históricas ações de desestabilização política que estão ocorrendo contra Cuba e que se intensificaram, especialmente durante a pandemia. “Não vamos entregar a soberania ou a independência desta nação”, disse ele. Eles têm que passar por cima do nosso cadáver se quiserem derrubar a Revolução, afirmou.
Internet – Atualmente, grande parte da população, principalmente os jovens, tem acesso ao Facebook, Twitter e Instagram, que também são seus principais canais de informação sobre o discurso oficial da mídia estatal. O acesso à internet também levou ao surgimento de vários meios de comunicação independentes que se debruçam sobre assuntos que geralmente não apareciam na mídia oficial. E se tornaram o canal para que artistas, jornalistas e intelectuais reivindiquem seus direitos ou convoquem protestos.
Protestos colocam Cuba na lista de prioridades de Biden -Protestos históricos em Cuba colocaram na lista de prioridades do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a situação social do país, um tema que ele pretendia fazer avançar lentamente e, segundo especialistas, provavelmente arruinará as perspectivas de uma nova abertura para a ilha a curto prazo.