No primeiro dia de janeiro de 1959, o Exército Rebelde comandado por Fidel Castro conquistou o poder final e a saída de Fulgencio Batista, que marcou o fim da tirania. Assim que foi instalado, o novo governo começou a desmontar o sistema político neocolonial, dissolver os órgãos repressivos e higienizar a administração pública.
O processo cubano transformou a dependência dos Estados Unidos, estabelecida na Doutrina Monroe, com um impacto muito maior no continente do que qualquer outra insurreição latino-americana do século passado.
A nação caribenha obteve modelos exemplares de educação e saúde gratuitas, com resultados valiosos para o mundo, aos quais se agregou a colaboração internacional e a integração da região com projetos como o ALBA-TCP ou o Celac.
A isso se somaram as conquistas no campo da cultura, esporte, ciência e tecnologia e outros ramos. Por mais de 50 anos, Cuba mantém a capacidade de resistência, bem como a lisura da luta por sua independência.
Ontem, seu presidente Miguel Díaz-Canel parabenizou a população da ilha pela chegada do Ano Novo e pelo 62ú aniversário do triunfo da Revolução. Em sua conta no Twitter, o presidente expressou sua gratidão aos cubanos, a quem convocou para celebrar a data festiva em família.
‘CubaViva. O abraço de gratidão ao nosso povo. A gratidão e o abraço de coração à família cubana, por ser inspiração, por sua compreensão, participação e contribuição. Como família, celebremos o ano novo e o 62ú aniversário da Revolução’, escreveu.
Brasília – A Embaixada de Cuba no Brasil também lembrou o aniversário de 61 anos da Revolução cubana. A representação diplomática destacou, em nota, que o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos à ilha já causou prejuízo de mais de um trilhão de dólares ao povo cubano. “Afronta todas as normas do Direito Internacional e já causou um prejuízo de mais de um trilhão de dólares ao povo cubano”, afirmou o documento.
Leia a íntegra da nota :
Há exatos 61 anos, em 1º de janeiro de 1959, após sucessivas vitórias do Exército Rebelde contra as tropas do ditador Fulgencio Batista – sustentado pelos Estados Unidos – uma greve geral paralisou Cuba e o povo sublevado tomou as ruas, selando a vitória da Revolução Cubana.
No dia anterior, Batista – depois de ordenar uma matança de opositores e prisioneiros políticos –havia entregue o poder aos militares e fugido como um poltrão para a República Dominicana. Os EUA, última esperança do ditador, manifestaram a sua “preocupação” e pediram “diálogo”…
Nos dias que se seguiram, Fidel Castro, Che Guevara, Camilo Cienfuegos e outros líderes revolucionários conquistaram Havana. O Quartel de Colúmbia, a Fortaleza La Cabaña e a maioria dos destacamentos e delegacias se entregaram sem maior resistência. Só as Brigadas Especiais de Repressão Política – especializadas em torturas, assassinatos e mutilação dos opositores – esboçaram alguma resistência, mas foram aplastadas.
Foi eliminado o aparato repressivo e os torturadores e assassinos foram levados a julgamento. Diversos quartéis foram transformados em escolas. A Constituição de 1940 – revogada por Batista – voltou a vigorar. A Reforma Agrária e a Reforma Urbana tornaram-se realidade. A “Emenda Platt”, que fazia de Cuba um “protetorado estadunidense”, foi anulada. Cuba deixou de ser o “bordel” dos milionários norte-americanos…
Todas essas medidas incomodaram os donos do poder em Washington. Já em fevereiro de 1959 foi detido o norte-americano Allen Robert Mayer, vindo dos EUA,. Em seu poder foram encontrados planos para assassinar Fidel Castro. Em resposta a inúmeros atos terroristas dos Estados Unidos, o Poder Revolucionário nacionalizou diversas empresas norte-americanas.
A partir de então, os Estados Unidos estabeleceram o mais feroz bloqueio econômico, financeiro, tecnológico, midiático e diplomático contra Cuba e passaram a dar cobertura a inúmeras agressões, como a fracassada invasão da “Bahia dos Porcos”, em 1961. No ano seguinte, chegaram a preparar a invasão da ilha por suas tropas. Ela só foi evitada pelo compromisso que os EUA tiveram de assumir de respeitar a soberania cubana, em troca da retirada de mísseis soviéticos de Cuba.
Em que pese o criminoso bloqueio econômico – afronta todas as normas do Direito Internacional e já causou um prejuízo de mais de um trilhão de dólares ao povo cubano – e das permanentes ameaças de agressão, Cuba Socialista edificou um país muito mais justo que as sociedades capitalistas, sendo líder na América Latina quanto à saúde e educação, com um “Índice de Desenvolvimento Humano” (0,783) superior ao México (0,779), Peru (0,777), Colômbia (0,767), Brasil (0,765) e demais países latino-americanos, com exceção do Chile, Argentina e Uruguai. Esse IDH é de 2019 e medido pela ONU, através do PNUD.
Em comemoração à vitória da Revolução.