Emissão homenageia o líder sul-africano pela sua luta contra a discriminação racial e enaltecimento dos direitos civis
Raquel Pires
Fotos: Eliane Loin
Exatamente no dia em que o mundo celebra os 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos, um de seus maiores defensores, Nelson Mandela, recebe homenagem. Na última segunda-feira (10), a Embaixada da África do Sul em parceria com os Correios, lançou o selo que marca o centenário do líder e ex-presidente sul-africano. O selo é uma forma de agradecimento por sua luta contra a discriminação racial e contribuição aos direitos civis. O lançamento da nova foi realizada no Palácio do Buriti, em Brasília, e contou com a presença de representantes do corpo diplomático e autoridades do governo federal, incluindo o embaixador da África do Sul, Ntshikiwane Joseph Mashimbye, do presidente dos Correios, general Juarez Cunha e do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.
Com tiragem de 360 mil selos, com valor de R$ 2,35, a arte da peça é uma ilustração do artista Eduardo Kobra, que utilizou camadas texturizadas, linhas fortes e seções fragmentadas. O artista empregou imagens em preto e branco colocando-as contra fundos xadrez coloridos. O mural de Nelson Mandela foi originalmente apresentado em uma exposição do ilustrador brasileiro intitulada Peace, no ano de 2014, na Dorothy Circus Gallery, em Roma.
Durante a cerimônia, o presidente dos Correios entregou ao embaixador, o álbum de lançamento do selo comemorativo. O embaixador Ntshikiwane Mashimbye discursou e agradeceu a iniciativa dos Correios de marcar uma data tão importante com um símbolo tão especial. “Como muitos de vocês sabem, nós estamos celebrando ao longo desse ano, o legado de Nelson Mandela no centenário de seu aniversário. E nós estamos comemorando esses 100 anos da maneira mais adequada com este selo comemorativo que continuará passando a mensagem de vida e o legado desse ícone global”.
O embaixador Mashimbye ressaltou a beleza da arte feita no selo pelo artista brasileiro Eduardo Kobra e salientou que apreciou a escolha feita pelos Correios na escolha do artista, popular entre os jovens. “Eu particularmente gostei que os Correios escolheram esse artista porque o legado de Mandela que nós continuamos refletindo e discutindo sobre, deve incluir e dar voz a nova geração vibrante e energética”.
O diplomata lembrou a importância do líder sul-africano e deixou um recado, ilustrando a luta dele contra a desigualdade. “Nelson Mandela falou por aqueles que não tinham voz, enfrentou a tirania e a opressão e mobilizou cidadãos comuns para serem a mudança que eles buscavam. Nesses tempos difíceis, vamos continuar passando as lições e os princípios universais de seu legado para um mundo melhor”.
Direitos humanos – O governador Rodrigo Rollemberg acrescentou que a cerimônia de lançamento do selo feita no Palácio do Buriti estava carregada de simbolismos. “Hoje nós estamos aqui celebrando os 100 anos de Nelson Mandela e 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nenhuma personalidade encararia tão bem a declaração como Nelson Mandela. Por todas as injustiças que sofreu, mas a forma como reagiu a essas injustiças, através do diálogo, da pregação de um discurso pelo fim do preconceito, pela defesa das liberdades, da democracia, de um mundo justo e solidário em que todos pudessem respeitar as diferenças”.
Rollemberg também expressou gratidão aos embaixadores, embaixadoras e embaixatrizes pelos quatro anos em que esteve no governo do Distrito Federal e pelo apoio das representações diplomáticas, incluindo no programa Embaixada de Portas Abertas, na qual alunos de escolas públicas visitam as embaixadas durante um dia, conhecendo os costumes e hábitos de outro país.
A embaixatriz da África do Sul, Nolukanio Mashimbye, a colaboradora do Executivo local e esposa do governador, Márcia Rollemberg, e embaixadores de 14 países também participaram do lançamento.
História – Mandela nasceu em 1918, e morreu aos 95 anos, em 2013, na cidade de Joanesburgo. Foi reconhecido mundialmente por sua luta contra o Apartheid, o regime de segregação racial que imperou na África do Sul da década de 1940 até os anos 1990. Mandela também foi ganhador do prêmio Nobel da Paz em 1993 e ex-presidente sul-africano de 1994 a 1999.