Embaixador Vusi Mavimbela celebra a data falando de democracia, das relações diplomáticas com o Brasil e de BRICS

No dia 27 de abril a África do Sul comemora os seus 24 anos de liberdade política após a instauração, em 1948, da segregação racial no país – o apartheid – onde a sociedade sul-africana era dividida a partir da cor de pele. Em 1994, houve a primeira eleição, elegendo Nelson Mandela para presidente. Em Brasília, o 29º Dia da Liberdade foi comemorado na quarta-feira (26), na residência oficial da África do Sul. O tema escolhido para este ano foi “Consolidando e Protegendo nossos ganhos democráticos.

O embaixador Vusi Mavimbela, em sua fala para os convidados, lembrou que as relações diplomáticas formais entre a África do Sul e o Brasil foram estabelecidas em 1948, sendo “reformuladas em um patamar mais progressivo em 1994”, sob o advento da democracia e dos direitos humanos sul-africanos. O diplomata reforçou que: “agricultura, energia, defesa, comércio, investimento e turismo permanecem como a espinha dorsal de nossa parceria”. Segundo ele, o aprofundamento das relações culturais, sociais, políticas e econômicas com a Diáspora Africana do Brasil, que é a maior fora do continente africano, é uma prioridade para a África do Sul”.

O embaixador Mavimbela destacou que a África do Sul é uma Democracia Constitucional, a qual fornece o alicerce para as escolhas da política interna e externa do país. “Nossa política externa também está ancorada em outros pilares-chave, especialmente, no futuro e no destino do Continente Africano, na cooperação Sul-Sul, no multilateralismo e no respeito pela lei internacional”, destacou.

A África do Sul, ao longo dos anos vem se destacando no cenário internacional pela democracia, respeito aos direitos humanos, crescimento e desenvolvimento econômico, entre outros. O país preside este ano o grupo de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o BRICS. O tema a ser debatido será “BRICS e África: Parceria para Aceleração do Crescimento Mútuo, Desenvolvimento Sustentável, e Multilateralismo Inclusivo”.

De acordo com o embaixador, os sul-africanos estão otimistas nas relações com o Brasil, principalmente após a reeleição do Presidente Lula, ansiando por trabalhar com, e ao lado da nova administração brasileira para conquistar democracia, paz e direitos humanos ao redor do mundo.

Já, em seu discurso, a embaixadora Ana Paula Simões Silva, diretora do Departamento da África no Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty), destacou que o Brasil e a África do Sul tem sido, desde o estabelecimento das relações diplomáticas, “duas sociedades moldadas pelo respeito a democracia, e exemplos de ordem internacional”.

A diplomata afirmou ainda que: “a força das nossas relações bilaterais reflete em nossa agenda de cooperação”, onde ambas as nações são engajadas na luta contra problemas globais, como “segurança alimentar, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável”.