Reunião do órgão terminou sem um documento final.Conteúdo dos debates não foi divulgado
Eliane Oliveira – O Globo
O medo de o conflito entre Israel e Palestina se espalhar para outros países do Oriente Médio foi manifestado por alguns países que fazem parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas, neste domingo, em reunião de emergência em Nova York. Segundo um interlocutor ouvido pelo GLOBO, essa preocupação está presente na comunidade internacional desde os ataques do Hamas, na manhã de sábado, que partiram da Faixa de Gaza.
Convocada pelo Brasil, que preside o órgão este mês, a reunião foi a portas fechadas. Apesar da grave crise, os representantes dos 15 países que integram o conselho não divulgaram uma manifestação sobre o tema, como um pedido de cessar-fogo, para que as negociações entre as partes sejam retomadas.
reunião do Conselho de Segurança foi o primeiro teste para o governo Lula, que defende a candidatura do Brasil a uma vaga permanente no órgão, status que só contempla Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia. Durante o encontro, os 15 membros ouviram do coordenador das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, o norueguês Tor Wennesland, uma apresentação sobre a situação em Israel e em Gaza.
O teor das discussões não foi revelado pela delegação brasileira na ONU. Procurado pelo GLOBO, o embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Sergio Danese, foi taxativo:
— A reunião foi de “consultas fechadas”. Não se pode comentar o conteúdo.
Ele explicou que a ideia é que os países que integram o conselho conheçam as posições de cada um, para formarem um quadro completo. Não revelou quando será a próxima reunião, mas admitiu que “sempre há clima para uma negociação”.
A posição do Brasil foi divulgada no sábado. O governo brasileiro condenou os ataques do grupo Hamas a Israel e defendeu a retomada das negociações entre as partes para um acordo de paz. Em uma nota, o Itamaraty também reforçou a necessidade de reconhecimento de dois estados, o israelense e o palestino.