Liz Elaine Lôbo
Fotos: Eliane Loin
Unir a comunidade internacional que fala inglês e incentivar amizade, a troca de cultura e socialização entre estrangeiros e Brasileiros que residem em Brasília. Esse é o objetivo do grupo Brasília Connection, fundado por um grupo de americanas , em 1971 e hoje presidido bióloga e tenista Fátima kreimer.
“Encontramos-nos toda primeira terça-feira do mês, em embaixadas ou organismos internacionais, sempre apresentando palestra na área de política, economia, saúde e turismo”, explica. Também são convidados artesões para divulgar a arte Brasileira para estrangeiros. A renda dos diversos eventos realizados é toda direcionada para projetos sociais. O próximo encontro será no dia 07 de novembro, em local ainda a ser escolhido.
A última reunião do Brasília Connection foi realizada na Embaixada do Líbano, dia 03 de outubro. A embaixatriz Sana Sayah, deu uma palestra com importantes informações sobre o país para cerca de 50 mulheres, em sua maioria, esposas de diplomatas. Vários países estavam representados e os participantes puderam conhecer um pouco mais do Líbano que tem uma população maior vivendo fora do que dentro do próprio país.
A embaixatriz Sana Sayah apresentou um belo material sobre aquela nação da Ásia Ocidental, a qual considera única por ter sobrevivido a milhares de anos de história. A Capital Beirute foi destruída e reconstruída sete vezes. Ela falou sobre o sistema educacional libanês, considerado o mais forte do mundo, da famosa gastronomia, como ainda, das comunidades libanesas existentes em todos os continentes.
A embaixatriz também citou curiosidades do país e dos libaneses famosos como Gibran Khalil Gibran.
Na parte histórica do Líbano, Sana explicou que aquela nação é berço dos Fenícios que foram os primeiros navegadores, primeiros professores, inventaram o alfabeto, ensinaram aos gregos e, depois, espalharam por todo o mundo, segundo a mitologia grega.“Os fenícios eram os melhores comerciantes conhecidos, os quais costumavam viajar pelo mundo carregando mercadorias e vinhos. Há evidências, aqui no Brasil, de que navios fenícios vieram a este país milhares de anos antes da descoberta das Américas por Colombo. Mais importante ainda, eles eram tradicionalmente pessoas de paz e de leis”, afirmou a embaixatriz.
De acordo com Sana, o nome Líbano é mencionado 70 vezes na Bíblia, sendo o cedro, símbolo do Líbano hoje, chamado de cedro do Senhor. O país, segundo ela, foi abençoado pela passagem de Jesus Cristo, no início do primeiro milênio. “Qana, uma pequena aldeia no sul do Líbano, foi onde Jesus realizou seu primeiro milagre transformando a água em vinho”, informou Sana.
Em sua apresentação, a embaixatriz disse ainda que o Líbano, por sua localização central, tornou o país o local de nascimento de diferentes civilizações e o objetivo de conquista da maioria dos antigos impérios. “Os caledonianos, os assírios, os hititas, os babilônios, os gregos, os persas, os romanos, os árabes e os otomanos; todos invadiram o país nos velhos tempos. Após 400 de ocupação otomana, o Líbano finalmente ganhou seu reconhecimento e independência modernos”, explicou.
Imigração: De acordo com Sana, desde a ocupação otomana no país, durante a qual as pessoas se sentiram perseguidas e sufocadas, muitas delas optaram por explorar o mar, procurando uma vida melhor. “E, assim por diante, há 150 anos, o Líbano tem uma população de quatro milhões de libaneses vivendo em território nacional, mas quase 20 milhões de descendentes libaneses, vivendo em outros países, dentre os quais, 12 milhões estão no Brasil”, afirmou a embaixatriz.
Em todos os países e em todas as cidades, segundo Sana, é possível encontrar alguma comunidade libanesa que carrega a herança e cultura de sua terra natal e muitos delas se mantém apegados ao Líbano. “Tudo o que eles não conseguem conquistar com suas qualidades, certamente podem conquistar com sua gastronomia e vinho, que é mundialmente famoso”, disse.
História – Em 1926, embora ainda sob mandato francês, os libaneses estabeleceram o primeiro governo democrático no Oriente Médio. Hoje, o Líbano é uma nação democrática com um presidente e parlamento eleitos. Além disso, a nação conta com sistema bancário altamente bem sucedido e estável, sendo o único país do Oriente Médio (parte do sistema monetário internacional) que não foi afetado pela crise mundial de 2008. A educação sempre foi a espinha dorsal da sociedade libanesa, tendo o sistema educacional libanês sido considerado o mais forte do mundo. O povo libanês valoriza a educação acima de todas as coisas, o que sempre foi útil na promoção de negócios (empresários bem-sucedidos). Também é comum entre os libaneses falar pelo menos duas ou três línguas.