Embaixadores caribenhos celebram a data com almoço festivo em Brasília. Em Trinidad Tobago, primeiro-ministro de Dominicana e novo presidente do grupo, Roosevelt Skerrit, anunciou que será permitida a livre circulação de todas as pessoas para começo de 2024.
O cinquentenário de fundação da Comunidade do Caribe (CARICOM) reuniu, no domingo( 09), diplomatas dos países membros na residência oficial de Trinidade e Tobago, em Brasília. Embaixadores de algumas nações integrantes do bloco (Barbados, Guiana, Haiti, Suriname e Trinidad e Tobago) receberam convidados e ressaltaram a prosperidade econômica, social e cultural dos países.
O anfitrião, embaixador de Trinidad e Tobago, Gerard Greene, lembrou que a Comunidade do Caribe foi estabelecida pelo Tratado de Chaguaramas, assinado por Barbados, Jamaica, Guiana e Trinidad e Tobago, em 4 de julho de 1973. “Quando começamos em 1973, éramos todos membros do Caribe de língua inglesa. A CARICOM hoje inclui o Haiti de língua francesa e o Suriname de língua holandesa”, lembrou.
O embaixador relatou ainda, em sua fala, que tudo havia começado com a unidade política, a Federação das Índias Ocidentais, em 1958, mas que tiveram que aprender algumas lições valiosas. Em 1965, a Federação foi sucedida pela Área de Livre Comércio do Caribe – CARIFTA, com a promessa de um mercado interno mais amplo para bens e serviços e produção e comércio ampliados. Em 1973, formou-se o Mercado Comum do Caribe, CARICOM, com vínculos estruturais e institucionais mais profundos.
Crescimento conjunto – De acordo com Greene, a CARICOM cuida do bem-estar social e econômico de todos os países membros, criando poderosas instituições regionais que atendem muito bem e prestam serviços vitais em todas as comunidades caribenhas. “Trabalhamos juntos e tivemos resultados tremendos. Atuamos em uníssono nas áreas de Saúde Pública e Pesquisa Científica; Educação; Gestão de Desastres e Mudanças Climáticas; Segurança e Crime Transnacional; Esporte; Artes e Cultura; Livre Circulação de Competências, Fatores de Produção e Pessoas; Seguro Social; Assuntos Jurídicos e Política Externa, para listar algumas das áreas.”, sublinhou.
“Atualmente, o bloco tem 15 estados-membros e cinco membros associados, e todos esses países são classificados como países em desenvolvimento, sendo relativamente pequenos em termos de população e tamanho, e diversos em termos de geografia e população, cultura e níveis de desenvolvimento econômico e social”, prosseguiu Greene. O embaixador finalizou, dizendo que o grupo pretende dar as boas-vindas aos Territórios Caribenhos de Curaçâo, Martinica e Guadalupe para se juntarem à nossa família até 2024.
Já a embaixadora de Barbados no Brasil, Tonika Sealy-Thompson, destacou o forte vínculo compartilhado entre sua terra com o Brasil, comparando a tradição do rum no Caribe com a cachaça no Brasil, principalmente na região nordeste do país. Segundo a diplomata, “entre os séculos 17 e 18 a tecnologia referente à produção da cachaça brasileira chegou à Barbados e outras ilhas, e assim começamos a produção do rum. Então, de certa forma, eu gosto de dizer que o Brasil é também a casa do rum”.
Abertura – primeiro-ministro de Dominicana e novo presidente da Caricom (Comunidade do Caribe) Roosevelt Skerrit, anunciou que o grupo permitirá a livre circulação de todas as pessoas para começo de 2024. Em seu discurso de encerramento da 45ª Cúpula da Caricom, realizada em Trinidad e Tobago, pelo 50º aniversário da comunidade caribenha, Skerrit afirmou que a medida envolve os 13 países membros. O premiê de Dominica ressaltou que o objetivo é que os cidadãos da Caricom possam ver benefícios tangíveis da integração regional.
“Acreditamos que se trata de uma parte fundamental da arquitetura da integração e, aos 50 anos, não podíamos sair de Trinidad e Tobago sem falar no núcleo do movimento de integração: a capacidade das pessoas para se movimentar livremente”, disse Skerrit.