Ana Cristina Dib
O comércio entre o Brasil e os países da África se encontra cada vez mais distante dos números registrados em 2013, quando o fluxo de negócios bilaterais atingiu a cifra recorde de US$ 28,533 bilhões, com exportações brasileiras no valor de US$ 11,087 bilhões e vendas africanas no total de Us$ 17,446 bilhões. Ano passado, a corrente de comércio brasileiro-africana somou pouco mais de US$ 14,924 bilhões e este ano deve fechar num patamar ainda inferior.
De janeiro a maio, o Brasil exportou bens no montante de US$ 3,303 bilhões e importou um total de US$ 1,948 bilhao. No período, as exportações brasileiras tiveram uma pequena alta de 0,57%, enquanto as vendas africanas apresentaram uma queda de 11,18%. Nos cinco primeiros meses do ano, o intercâmbio com os países africanos gerou para o Brasil um superávit de US$ 1,356 bilhão. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
As exportações brasileiras por fator agregado foram marcadas por uma forte alta de 66,5% nos embarques de produtos básicos, com uma receita de US$ 1,271 bilhão e participação de 38,5% no volume total exportado. As vendas de produtos semimanufaturados somaram US$ 889 milhões (queda de 22,% e participação de 26,9% nas exportações totais). Por sua vez, os bens industrializados proporcionaram receita de US$ 1,12 bilhão (retração de 17,7% e corresponderam a uma fatia de 33,9% do total embarcado aos países africanos neste ano).
Mesmo com uma queda de 22,3% comparativamente com o mesmo período de 2017, o açúcar de cana em bruto foi o principal produto exportado para os países africanos, no total de US$ 795 milhões. Outros destaques na pauta exportadora foram o açúcar refinado (US$ 330 milhões), minérios de ferro (US$ 316 milhões), carne bovina (US$ 239 milhões) e carne de frango (US$ 187 milhões).
No tocante às exportações africanas para o Brasil, os produtos básicos totalizaram US$ 893 milhões, os bens semimanufaturados geraram receita de US$ 120 milhões e os produtos manufaturados foram os líderes das exportações num total de US$ 934 milhões (48,0% do total negociado pelos países africanos com o Brasil).
Apesar da forte queda nas exportações globais da África para o Brasil, os embarques de petróleo tiveram um aumento de 46,3% no período janeiro-maio e somaram US$ 545 milhões. Entre as exportações também se destacaram a nafta (US$ 395 milhões), hulhas (US$ 127 milhões), ureia (US$ 120 milhões) e adubos (US$ 111 milhões).
Neste primeiro semestre, o Egito se consolidou como o maior destino para os produtos brasileiros no continente africano. No período, as vendas ao país cresceram 104,8% e totalizaram US$ 835 milhões. O mercado egípcio absorveu 25% de todas as exportações brasileiras para os países africanos. Também se destacaram a África do Sul (US$ 563 milhões), Argélia (US$ 432 milhões), Nigéria (US$ 259 milhões) e Marrocos (US$ 200 milhões).
Em relação às importações brasileiras, mesmo com uma retração de 37,5% nas vendas, a Argélia foi o principal fornecedor, com um total de US$ 678 milhões, seguida pela Nigéria (US$ 373 milhões e alta de 83,0%), África do Sul (US$ 266 milhões e aumento de 53,8%), Marrocos (US$ 240 milhões, com queda de 15,4%) e Gana (US$ 106 milhões e recuo de 23,3% nas vendas para o Brasil).