A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a posição do Brasil no Mercosul deve se manter pragmática e focada no fortalecimento e aprofundamento da agenda econômica do bloco. As economias de Argentina, Paraguai e Uruguai são o destino de US$ 20,9 bilhões em exportações brasileiras, o que correspondeu a 8,7% das vendas totais do país em 2018, e origem de US$ 13,4 bilhões em importações.
Além disso, a pauta comercial é predominantemente de produtos industrializados. Os países do Mercosul absorvem 20,4% dos produtos manufaturados e são destino de 25,6% dos produtos de alta e média-alta intensidade tecnológica exportados pelo Brasil. Esses dados mostram que o Mercosul é o principal destino de bens intensivos em tecnologia, à frente de China, Estados Unidos e União Europeia.
A CNI avalia também que a relação do Brasil com os países do Mercosul tem impacto direto e indireto na geração de emprego, renda e massa salarial. Em 2018, as vendas para o bloco foram responsáveis por 2,4 milhões de empregos e R$ 52 bilhões em massa salarial. Esse cálculo foi realizado pela Confederação a partir de dados oficiais do Ministério da Economia e do IBGE.
“Para a indústria, é importante que os sócios do Mercosul continuem em uma agenda ambiciosa de abertura comercial, por meio de acordos de livre comércio, como tem defendido o governo brasileiro. A consolidação dos países como bloco comercial produzirá cada vez mais resultados positivos para todos os membros”, avalia o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi.
A indústria entende que a integração regional deve se manter como princípio das relações internacionais do País, como orienta a Constituição Federal em seu Artigo 4º, parágrafo único: “A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.”
No curto prazo, o Mercosul deve se empenhar em finalizar um acordo de facilitação de comércio entre os sócios, que pode resultar na economia de pelos menos US$ 500 milhões para o Brasil com a eliminação de tarifas sem base legal, além de iniciar a negociação de acordos adicionais para reduzir barreiras não-tarifárias ao comércio intra-bloco, como barreiras técnicas, sanitárias e fitossanitárias.