A China tem a confiança e a capacidade de evitar quaisquer riscos e choques externos, disse nesta quarta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, em uma coletiva de imprensa em meio à escalada das tensões comerciais com os Estados Unidos.
As medidas protecionistas americanas podem afetar a economia chinesa em certo grau, mas isso poderia ser superado completamente, afirmou.
De acordo com reportagens dos meios de comunicação, a parte americana pintou um panorama sombrio em respeito à economia da China, afirmando que o país asiático está “muito ansioso” para alcançar um acordo comercial com os Estados Unidos.
Geng refutou as declarações norte-americanas como “infundadas” e disse que a economia chinesa manteve um crescimento estável com ímpeto positivo.
O porta-voz deu como exemplo o crescimento econômico da China de 6,4% durante o primeiro trimestre de 2019, que é mais rápido que o previsto.
“Vale a pena mencionar que a demanda interna se converteu no motor principal do crescimento da China e que o consumo representou 76,2% do crescimento econômico no ano passado”, acrescentou.
Em um relatório recente sobre as perspectivas econômicas do mundo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima seu prognóstico de crescimento para a China, o único caso de elevação entre as principais economias, lembrou o porta-voz chinês.
Ao enfatizar que a China conta com um sistema completo de indústrias, uma crescente capacidade em inovação científica e tecnológica, o maior grupo de renda média do mundo e um enorme mercado interno para o consumo e investimento, Geng apontou que a China tem plena confiança em sua economia e promoverá com firmeza a reforma e abertura, assim como o desenvolvimento de alta qualidade de acordo com seus próprios prazos e planos.
Quanto às amplas preocupações com as incertezas econômicas globais provocadas por uma nova rodada de alta das tarifas, Geng indicou que a escalada das tensões comerciais “não serve aos interesses de ninguém” e “também engessará a economia mundial”.
Geng mencionou que foram os Estados Unidos que provocaram as disputas comerciais, que impuseram primeiro tarifas adicionais a produtos chineses e que exerceram em repetidas vezes a máxima pressão sobre a China.
O que tem feito a China até agora é uma pura autodefesa para proteger seus direitos e interesses legítimos, assim como para defender o multilateralismo e o sistema de livre comércio, acrescentou.
Em relação à afirmação dos Estados Unidos de que seus consumidores não pagarão a elevação das tarifas aplicada aos produtos chineses, Geng assinalou que isso vai contra o senso comum.
Organizações de soja, milho e trigo, assim como outros grupos agrícolas dos Estados Unidos expressaram em um comunicado conjunto sua oposição à alta das tarifas aos produtos importados desde a China, recordou o porta-voz.
Ele também se referiu a um estudo de economistas americanos que indica uma perda de US$ 4,4 bilhões por mês no ano passado para consumidores e importadores dos Estados Unidos como consequência dos incrementos tarifários contra a China.
Geng expressou seu desejo de que os Estados Unidos “pesem cuidadosamente seus ganhos e perdas, aproveitem a situação e retomem o caminho correto logo que seja possível”.
Além disso, ele pediu à parte americana que se encontre um meio termo com a China para obter um acordo de benefícios recíprocos e lucros compartilhados com base no respeito mútuo.
Com informações da Xinhua