A Faculdade de Estudos Hispânicos e Portugueses da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim é a primeira faculdade dedicada à Língua Portuguesa na China continental. “É um passo natural que nos permitirá ter mais recursos, possibilidades e mais alunos e professores”, esclareceu à Lusa a diretora da recém-formada faculdade Patrícia Jin.
A licenciatura em português só existia na Beiwai e na Universidade de Estudos Internacionais de Xangai. Mas, desde 1999, as instituições do Ensino Superior da China continental a incluir licenciaturas em português aumentaram para 25. Hoje em dia, mais de 1.500 estudantes chineses frequentam cursos em português.
O objetivo da abertura de uma Faculdade é complementar o ensino da língua com conhecimentos “mais aprofundados” sobre os países lusófonos e “aumentar o intercâmbio internacional”, revelou Patrícia Jin.
“Com esta evolução, abriremos mais cadeiras, em cinco área de estudo: linguística, tradução, literatura, ciência política, economia e comércio”, acrescentou a diretora. “Os alunos terão uma parte obrigatória e central, ensinada em português, mas também acesso aos cursos de outras faculdades”, disse.
A instituição abarcará quatro centros, incluindo o Centro Beiwai – Universidade de Lisboa – Instituto Camões; uma fundação e uma editora de manuais de ensino da Língua Portuguesa.
“Só neste semestre realizamos seis palestras académicas, com a participação de professores chineses, portugueses e brasileiros, de diferentes disciplinas”, esclareceu Jin.
A aposta da “Beiwai” reflete a crescente necessidade da China em formar melhores quadros para trabalhar com os países de língua portuguesa, face à evolução das trocas comerciais, que só em 2018 aumentaram 25,31%.
O destaque vai sobretudo para Angola e Brasil, cujas trocas com a China compõem a maioria deste comércio.