SANTIAGO (Reuters) – Os chilenos irão às urnas no domingo para decidir se querem trocar a Constituição redigida durante a ditadura de Augusto Pinochet por um novo documento concebido por um órgão de cidadãos escolhidos para este fim.
Uma nova Constituição foi uma das principais exigências dos manifestantes envolvidos nos protestos sociais inéditos que irromperam em outubro do ano passado contra a desigualdade e o elitismo. Um acordo para um referendo pluripartidário resultou dos protestos em dezembro.
Aqueles que se opõem a uma nova Constituição argumentam que substituir um documento que ajudou a fazer do Chile uma das economias de livre mercado mais estáveis da região representa “um salto no vazio”.
Aqueles a favor dizem que o texto atual privilegia interesses particulares e segmenta o acesso a saúde, educação e pensões por faixa de renda.
Alejandro Werner, diretor do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse na quinta-feira que o processo poderia inaugurar “uma nova era na qual os principais elementos que geraram a história de sucesso chilena… são mantidos em termos de crescimento econômico, mas complementados por uma agenda de inclusão social”.
Um risco, ponderou, é “uma multiplicidade de políticas sociais sem apoio macroeconômico”.
Pesquisas levam a crer que a campanha para aprovar uma nova Carta Magna receberá dois terços dos votos.