Embaixador Daniel Zonshine promove evento onde a Primeira-Dama, que morou no Brasil, falou das relações bilaterais
“Os dois países sempre estiveram lado a lado ao longo dos anos e seguimos acreditando que ainda alcançaremos muitas conquistas juntos, como povos e irmãos. O Brasil possui uma comunidade judaica vibrante, atuante em diversos segmentos da sociedade brasileira, compondo a beleza de uma nação diversa, uma nação que abraça vários credos e culturas”. Este foi um trecho do discurso, via vídeo, da Primeira-Dama israelense, Michal Herzog para celebrar a data que, em Brasília, foi no dia 06. Na mensagem, ela ressaltou a importância das relações entre Israel e Brasil, já delineadas na Assembleia Geral das Nações Unidas em 1947.
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, e a embaixatriz, Liora Zonshine, foram os anfitriões da recepção para marcar os 76 anos da criação do Estado de Israel. O diplomata, em seu discurso, falou um pouco sobre a trajetória de seu falecido pai, Ya’acov (Jacob) Zonshine, que chegou a Israel como refugiado em abril de 1948, com apenas 30 anos de idade. “Nascido na Polônia, ele fugiu de casa quando começou a Segunda Guerra Mundial deixando sua família para trás, sem nunca os ver novamente”.
Segundo o embaixador, Ya’acov vagou pela Europa depois da guerra, procurando um lugar seguro para sua família. Passou um ano em um campo de refugiados na Alemanha e finalmente chegou a Israel, para começar sua vida lá, e é assim que eu vejo a história de Israel.
Segundo Zonshine, embora 76 anos de independência serem pouco quando comparado a outros países do mundo, toda a luta e desafios pelos quais o povo israelense teve de passar, vale por séculos. “Nascemos em uma guerra, a guerra da nossa independência, e não tivemos um momento de tédio desde então. Abrigamos milhões de refugiados judeus, integrando-os ao estado recém-nascido, enfrentando condições climáticas difíceis, com falta de recursos naturais e um ambiente hostil, além das guerras contra nossos vizinhos a cada poucos anos, condições muito difíceis”, disse
Zonshine ressaltou que, apesar de não ter recebido as melhores condições, Israel tornou-se um país desenvolvido, alcançando conquistas notáveis em diversas áreas. “Somos uma sociedade vibrante, com inúmeros motivos para se orgulharem. No que diz respeito à situação que decorre desde o dia 7 de outubro, Zonhine disse que o país tem grandes desafios e muito trabalho pela frente para reabilitar várias áreas – física, mental, social, econômica, diplomática e outras.
No âmbito das relações bilaterais com o Brasil, o diplomata destacou que Israel tem grandes amigos em todas as camadas da sociedade, desde o parlamento até os vilarejos remotos. “Nossa colaboração abrange muitos setores, incluindo agricultura, ciência, gestão de recursos hídricos, segurança e defesa, medicina, cidades inteligentes, serviços e muito mais. Ambas as nações, suas economias e sociedades, se beneficiam dessa parceria, e é de interesse mútuo continuar a manter e desenvolver essa cooperação no futuro”, lembrou.
O embaixador Zonshine concluiu seu discurso com um apelo aos 120 reféns que estão há mais de 240 dias nos cativeiros do Hamas, sem a visita da Cruz Vermelha ou de qualquer outra entidade internacional. “É nosso dever, como seres humanos, como sociedade e como governo, trazê-los para casa o mais rápido possível, os que ainda estão vivos e, sim, também os corpos daqueles que perderam suas vidas”.