Embaixador Abdelaziz Benali Cherif fez um balanço dos avanços, da posição internacional do país e das relações com o Brasil.
O Clube Monte Líbano, em Brasília, foi sede, no dia 07, das comemorações do 70º aniversário da Revolução Gloriosa de 1 de novembro de 1954, juntamente com o 70º Dia Nacional da Argélia. Durante o evento, o embaixador Abdelaziz Benali Cherif fez uma reflexão sobre a rica história do país, a sua jornada para a independência e sobre os laços de amizade que a unem com o Brasil.
Abdelaziz Cherif, no seu discurso, destacou o significado desta data marcante na gloriosa história da Argélia. Segundo o diplomata, a celebração do aniversário de 1º de novembro é um motivo de orgulho das conquistas do país ao longo de seis décadas de independência. “Apesar dos desafios, conseguimos construir um Estado moderno em coerência com sua história e seu ambiente, apoiando causas justas, onde quer que estejam”, disse Cherif.
De acordo com o embaixador, desde a independência, a Argélia se consolidou como um país de destaque internacional, demonstrado pelos avanços significativos na política, na economia, na cultura, na ciência, e da área social. “A Argélia é um dos poucos países a ter alcançado todos os objetivos de desenvolvimento sustentável para 2030, anos antes dos prazos estabelecidos, Lembrou Cherif.
O embaixador argelino destacou também a vitória contra o analfabetismo, a pobreza, o desemprego e as doenças, por meio da construção de dezenas de milhares de escolas, institutos, universidades, hospitais, infraestrutura rodoviária, instalações básicas e milhões de habitações sociais. De acordo com Cherif, “A balança comercial argelina tem sido superavitária, uma vez que o setor de produção argelino conseguiu alcançar a autossuficiência e um excedente em vários produtos vitais e estratégicos, o que aumentou a participação das exportações de não hidrocarbonetos, apontando para um futuro ainda mais promissor”.
Na área internacional, o embaixador mencionou a posição da Argélia no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Falou do papel que o país tem desempenhado pela paz e segurança globais por meio dos princípios da política externa estabelecida pelos antepassados antes e durante a guerra de libertação nacional.
As boas relações diplomáticas bilaterais foram ressaltadas pelo embaixador Cherif que acrescentou que Argélia tem o Brasil como um dos mais importantes parceiros econômicos e comerciais. “As trocas comerciais entre os dois países ultrapassaram 4 bilhões de dólares americanos em 2023 e devem alcançar novos recordes neste ano”, discursou.
Representando o Secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Duarte, o Diretor do Departamento de África interino, Eric Sogocio, lembrou que em 1962, o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a independência argelina, tendo aberto sua embaixada em Argel naquele mesmo ano. A partir daí, lembrou o diplomata, os dois países estabeleceram um mecanismo de diálogo estratégico que o Brasil mantém apenas com outros dois países africanos.
Sogocio destacou que, ao longo dos anos, o Brasil e a Argélia têm desenvolvido uma sólida parceria, marcada pela solidariedade e por elevada convergência de visões sobre o relacionamento bilateral e sobre os grandes temas da agenda internacional “Com o passar dos anos, a Argélia consolidou-se como um dos principais parceiros brasileiros, tanto no continente africano quanto no mundo árabe”.
O diretor, ao final, destacou ainda a cooperação técnica entre o Brasil e a Argélia. “Em 2018 concluímos com grande sucesso um projeto para formação de artesãos e produção de joias em Tamanransset, no sul da Argélia. Desde então, passamos a desenvolver novos projetos naquela região, voltados à produção de couro, criação de cooperativas de artesão e lapidação de pedras preciosas”, afirmou.